Cansados de ver a porta da biblioteca fechada, a sala de informática abandonada, e acompanhar a diminuição do número de funcionários da Escola Estadual Padre Anchieta, pais, professores e alunos se reuniram e realizaram um protesto em frente à unidade, que fica no bairro Agronômica, em Florianópolis, na manhã desta quarta-feira.
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Segundo a professora de História Valéria de Oliveira Florentino, o colégio está com menos funcionários do que o esperado, para uma unidade que atende 1.027 alunos. Segundo ela, alguns profissionais se aposentaram e outros foram remanejados nos últimos anos.
— Não temos secretária, não temos bibliotecária, não tem coordenador, supervisor, ou assistente. Temos somente uma diretora e duas assessoras, sendo que uma foi avisada que será transferida pela Gerência (Regional de Educação de Florianópolis). Só duas funcionárias na equipe administrativa para atender esta demanda de alunos, é muito pouco — observou.
A possível perda de mais uma assessora da escola deixou o líder comunitário do Morro do Horácio, Adriano Santos Rodrigues, preocupado. Além disso, ele reclama que a biblioteca do colégio está há um ano fechada e a sala de informática não conta com um professor. Ele se organizou ao longo da semana para convidar a comunidade a aderir a manifestação.
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— Nós vamos nos mobilizar ainda mais. Vamos protestar, fechar vias. No Maciço (do Morro da Cruz), duas escolas já foram entregues para os Irmãos Maristas, e desejamos que a nossa escola seja mantida como está, mas com educação de qualidade — disse o líder comunitário.
A escola, de responsabilidade do Governo do Estado, atende crianças e adolescentes de cinco comunidades da região: Morro do Horácio, Morro do 25, Vila Santa Rosa, Santa Vitória, Morro do Céu (Nova Trento).
O outro lado
A coordenadora regional de Educação da Grande Florianópolis, Elizete Gerladi, explicou que, na semana passada, recebeu a direção da escola para uma conversa para ouvir as solicitações da escola. A respeito da assessora de direção, a coordenadora explicou que, como o ensino noturno foi cancelado na Padre Anchieta — por falta de matrículas, afirmou — ela não poderia manter duas assessoras na escola.
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— Nossa legislação só permite duas assessoras se houver períodos matutino, vespertino e noturno. Com apenas dois períodos, só temos a legitimidade de manter uma — explicou.
Em relação a um novo assistente de educação (AE), Elizete explicou que estava esperando a confirmação de remoção da funcionária que estava antes — que pediu transferência para outra cidade para acompanhar o cônjuge — para relocar um professor para a função.
Segundo a coordenadora, a escola já deu até o nome do profissional que assumirá a responsabilidade, e a portaria com a confirmação deve sair ainda nesta semana.
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Sobre a biblioteca, Elizete explicou que há anos que as escolas estaduais não contam com a função de bibliotecária e que um professor readaptado (que por motivos de saúde não pode estar dentro da sala de aula) assume a função.
Sobre uma possível parceria com os Irmãos Marista, Elizete nega qualquer tipo de negociação e afirma que nunca houve qualquer conversa do tipo.
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