O painel sobre inovação disruptiva, na tarde desta quinta-feira na Expogestão, em Joinville, mostrou como a inovação pode florescer em ambientes bem distintos. O alemão Malte Horeyseck contou a história do maior site de e-commerce de moda do Brasil, a Dafiti, formada por dois alemães, um francês e um brasileiro. O grupo não deu bola para a desconfiança sobre a aceitação do negócio de venda de moda pela internet, em 2010, e chegou a R$ 1 bilhão de faturamento em cinco anos , empregando 3,1 mil funcionários.

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As mulheres, com idade média de 35 anos, são responsáveis por 70% das vendas. Segundo Malte, o celular é um canal com muita força, especialmente nos mercados emergentes, mas a tendência é o relacionamento por diferentes dispositivos e canais.

– Com a crise, a classe C afastou-se um pouco, pela dificuldade de tomar a decisão de compra – explicou Malte aos jornalistas após o painel, ressaltando que a empresa mantém a projeção de crescimento em 2016.

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A 99Táxi é outro exemplo de inovação, aplicada a um negócio bem tradicional . No início, em 2012, a empresa teve que convencer taxistas a comprarem smartphones e a baixarem o aplicativo da empresa, que é brasileira e está presente em 350 cidades.

O pagamento pelas corridas feitas a partir do aplicativo é creditado em 7 minutos no cartão que o taxista recebe da 99Táxi, explicou o executivo de produtos o americano Peter Fernandez . Segundo ele, para alguns, é a primeira experiência com cartão.

– Tem taxista que deixa o cartão com a família e avisa quando já é possível fazer compras com ele – explicou.

Os planos da empresa não param por aí. O objetivo é ampliar a participação no mercado de transporte, oferecendo soluções alternativas que sejam mais baratas, seguras e convenientes, o transporte acessível, afirmou Fernandez.

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Internamente, a empresa se baseia nos conceitos da startup enxuta, seguindo a cartilha do livro de mesmo nome. Os experimentos são rápidos, com pouco planejamento, para poder testar em duas semanas com os clientes a baixo custo. Na formação da equipe, os fatores mais importantes são a criatividade, a inteligência a vontade de fazer.

O diretor de marketing da construtora Tecnisa e professor do Insper e ESPM, Romeo Busarello, reconheceu a dificuldade que as empresas convencionais têm para inovar, algo que acontece mais no discurso do que na prática, diz ele. Para avançar no processo de inovação, busarello diz que se deve buscar profissionais internos, que já conhecem os fantasmas internos, e terão mais chances de fazer as coisas andarem.

O professor criticou o sistema educacional por não acompanhar aquilo que a realidade do mercado está demandando de competências.

– A concorrência agora é entre modelos de negócios – afirmou.