Com 126 assassinatos neste ano, Joinville, no Norte do Estado, sediou o primeiro Painel RBS dentro da bandeira Segurança SC, elencada pelos leitores do Diário Catarinense como prioridade para 2016.
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Segurança SC: acesse o site da campanha e veja como participar
O debate ocorreu na tarde desta quinta-feira, no estúdio da RBS TV e foi marcado por discussões para diminuir os índices de criminalidade em Santa Catarina, como a importância de ações sociais e a polícia comunitária nos bairros.
Participaram autoridades da segurança, sistema prisional, Judiciário e Ministério Público, além de representantes da comunidade e convidados. Apresentado pelo jornalista da RBS TV de Joinville, Rafael Custódio, o Painel começou dando ênfase às ações paralelas à atuação das polícias contra o crime.
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Painel RBS debate a segurança em Santa Catarina
No primeiro bloco estavam o secretário-adjunto da Segurança Pública, Aldo Pinheiro D´Avila, a presidente dos Consegs, Silvia Aguiar e o jornalista e colunista do Diário Catarinense, Rafael Martini.
O secretário-adjunto da Segurança Pública, Aldo Pinheiro D’Ávila, destacou e defendeu as ações sociais para vencer a luta contra a violência:
— É necessário algo muito além da polícia, pois notamos que o avanço da criminalidade tem também cunho social preponderante — disse.
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Uma das intenções, acrescentou o secretário, é a de fomentar os conselhos comunitários de segurança (Consegs) por meio da diretoria de polícia do cidadão da secretaria. Outra iniciativa que deve receber incremento é o Programa de Resistência às Drogas (Proerd) da Polícia Militar.
Presidente dos Consegs de Joinville, Silvia Aguiar ressaltou a parceria dos integrantes dos conselhos com as polícias Civil e Militar nos bairros de Joinville e também sobre o trabalho desenvolvido nas escolas que pode servir de exemplo a outras cidades catarinenses.
— Aqui temos programas em escolas, entre vizinhos, grupos por redes sociais. Você sente a comunidade envolvida. As comunidades têm sim que chamar também a responsabilidade — apelou Silvia.
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Comandante pede mais 200 PMs para Joinville
As ações imediatas das polícias para atacar o crime em andamento foram o tema do segundo bloco do Painel RBS, com a participação do novo delegado regional da Polícia Civil em Joinville, Akira Sato, o secretário Aldo D’Ávila, o comandante-regional da Polícia Miliar em Joinville, coronel Benevenuto Chaves, e o jornalista e colunista da RBS, Moacir Pereira.
Akira logo prometeu melhorar a investigação na Polícia Civil de Joinville, onde o índice de resolubilidade dos assassinatos este ano é baixo, de apenas 24%.
O delegado regional afirmou que irá otimizar os recursos humanos buscando levar a logística com a experiência que teve na Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) e na Força Nacional de Segurança.
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— Temos mão de obra nas delegacias que podem ser aproveitadas na investigação. A gente consegue otimizar, motivar e trazer resultados — garantiu Akira.
O coronel Benevenuto Chaves pediu mais 200 policiais para a cidade, mas na opinião dele aumentar o efetivo não será suficiente.
Durante o debate, o secretário-adjunto da Segurança garantiu o reforço de ao menos 30 policiais inativos que retornarão aos quadros em março.
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Uma saída que a Secretaria deu a entender que poderá apostar é a reengenharia de delegacias, por exemplo, juntando policiais de duas unidades em uma só como ação imediata para melhorar principalmente a investigação dos crimes.
Os representantes das polícias apontaram como uma das dificuldades de atuação a ocupação desordenada em bairros como a comunidade Chico Mendes, parte Continental de Florianópolis, que apresenta ruas de acesso complicado às viaturas.
Sistema penitenciário: “problema de gestão”, diz juiz
No terceiro e último bloco com a abordagem sobre o sistema prisional, os participantes foram o secretário-adjunto da Justiça e Cidadania, Leandro Lima, o juiz João Marcos Buch e o promotor coordenador do Gaeco em Joinville, Assis Kretzer.
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O juiz Buch parabenizou a iniciativa do evento até para melhorar a integração e o diálogo entre as instituições no Estado. Assim com tem feito em suas decisões, o magistrado teceu duras críticas ao sistema prisional catarinense, declarando que há problema de gestão.
— Temos um problema grave e uma crise no sistema prisional, não temos feito a lição de casa. É a cultura do agir através de crises e tentando apagar incêndio – disparou Buch sobre a Secretaria da Justiça e Cidadania.
Em seguida, o secretário-adjunto da Justiça, Leandro Lima, respondeu apontando que o governo do Estado está cumprindo a sua missão e tem feito na área mudanças que nunca havia feito antes.
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Secretário apontou os desafios do sistema prisional:
— O grande desafio conceitual é o entendimento que o preso não vai ficar preso a vida toda e que saia melhor. É melhor que ele volte mais tranquilo, sem ódio. E o desafio operacional é a abertura de vagas e por isso precisamos convencer os prefeitos da construção das unidades.
Solturas excessivas
O promotor Assis Kretzer reclamou da soltura excessiva de presos pelo Judiciário diante da problemática criminal existente em Joinville.
— Ninguém mais na sociedade joinvilense aguente o prenda e solta. E estamos falando aqui de faccionados — criticou o promotor.
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O Painel teve ainda a discussão sobre a atuação das facções criminosas, que vêm travando conflitos sangrentos no Estado, especialmente em Joinville, e as ações que podem ser tratadas para amenizar o problema.
O juiz Buch se disse preocupado com o avanço do Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, no Estado.
Confira como foi o Painel RBS em Joinville:
Escolhido em votação pelos catarinenses, o tema segurança será prioritário em 2016. Durante todo o ano, acompanharemos indicadores criados junto com especialistas na campanha Segurança SC – Essa Causa é Nossa. Você também pode participar desse movimento! Clique na imagem abaixo, acesse o site da campanha e saiba como. Em redes sociais, utilize a hashtag #SegurancaSC e compartilhe sua história sobre o tema.
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