Lideranças políticas, empresariais, da área de segurança e da sociedade civil participaram na manhã desta quinta-feira do painel Segurança SC – Essa Causa é Nossa, promovido pelo Diário Catarinense, no Hotel Lang, em Chapecó. Os colunistas Estela Benetti e Rafael Martini, do Diário Catarinense, fizeram a mediação do painel. No primeiro bloco o tema foi sobre o impacto econômico do aumento da criminalidade. Dados da Polícia Militar indicam que houve uma queda de 25% nos roubos a residência em Chapecó em 2015, mas um aumento de 34% nos roubos ao comércio.
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Segurança SC: impactos econômicos da violência no Oeste
Participaram do painel o presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), Josias Mascarello, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Chapecó (Sicom), Marcos Barbieri, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Chapecó (CDL), José Carlos Begnini e o presidente do Conselho Empresarial de Chapecó, Clóvis Spohr.
Marcos Barbieri cobrou uma integração maior das polícias e reclamou das trocas de comando que ocorrem a casa seis meses, o que dificulta a continuidade do trabalho.
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— Precisamos que as polícias trabalhem em maior sintonia e compartilhem banco de dados – afirmou Barbieri.
José Carlos Begnini falou de ações para evitar a presença de menores em bares e casas noturnas.
O segundo tema abordado no debate foi a criminalidade nas ruas e teve a participação do coronel Edivar Bedin, comandante da 4ª Região da Polícia Miltar de Chapecó, do delegado regional da Polícia Civil, Wagner Meirelles, do delegado chefe da Polícia Federal de Chapecó, Fabrício Argenta e do presidente da Acic, Josias Mascarello.
Segurança SC: os números da violência no Oeste
Edivar Bedin reivindicou a criação de mais um batalhão na região Oeste, o que melhoraria a distribuição de efetivo e o atendimento de ocorrências. Ele afirmou que o 2BPM de Chapecó atende 41 municípios e há uma distância de 120 quilômetros de Chapecó até São Lourenço do Oeste. No litoral há batalhões com dez municípios ou menos, comparou o coronel. Bedin citou como uma ação de bom resultado o ¿pós-crime¿, com uma guarnição exclusiva que vai na casa que é roubada e faz um levantamento sobre os dados do suspeitos, montando um banco de dados que facilitam a identificação dos criminosos.
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Fabrício Argenta ressaltou que as rodovias da região Oeste são rota de tráfico de drogas e armas tanto para o litoral e Rio Grande do Sul, quando para consumo local.
Lembrou também que o contrabando contribui para outros crimes, como roubo de carros.
— Temos um aumento de uso de veículos clonados em virtude de uma rede criminosa que atua o roubo e furto de veículos para uso em contrabando – disse Argenta.
Wagner Meirelles falou que os roubos e homicídios preocupam, pois criminosos de outras cidades estão atuando em Chapecó, atraídos pelo crescimento econômico da cidade. Citou o caso do assalto a uma relojoaria no shopping da cidade, onde teve ação de bandidos de Blumenau. Por outro lado destacou que as polícias estão unindo esforços para inibir os crimes.
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— Estamos trabalhando em parceria com a guarda municipal, polícia militar e polícia federal – declarou.
O terceiro tema foi sobre atenção ao menor infrator, com os mesmos painelistas do segundo bloco. Em Chapecó 267 adolescentes e uma crianças se envolveram em ocorrências policiais no ano passado.
Segurança SC: atenção ao menor infrator no oeste de SC
O coronel Bedin disse que um dos problemas é a desestruturação familiar e a ¿glamourização¿ dos criminosos.
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O diretor geral de jornais e mídia digital do Grupo RBS em Santa Catarina, Gabriel Casara, lembrou que, a partir de uma pesquisa com leitores o Diário Catarinense assumiu a questão da segurança como uma prioridade.
— Nos sentimos parte do problema e da solução – ressaltou.
Ele destacou que o painel realizado em Chapecó teve como objetivo colocar uma ¿lupa¿ sobre a criminalidade na região e buscar soluções em conjunto.
— Queremos propor em conjunto com a comunidade ações propositivas de realização – concluiu.