O pai que matou a própria filha em Rodeio, no Médio Vale do Itajaí, tinha histórico de agressividade e ameaçava a companheira frequentemente, segundo a Polícia Civil. A noite de terror vivida pela família em 12 de abril chocou a pequena cidade. Géssica Tizon, 21, foi assassinada pelo pai a facadas enquanto tentava defender a mãe.
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De acordo com o depoimento da mãe à polícia, o homem já tinha histórico de agressividade. Segundo o delegado Ronnie Esteves, que investiga o caso, a mulher não havia denunciado o companheiro antes, e nem comentado com a família, pois era frequentemente ameaçada pelo então marido.
A família que presenciou o assassinato de Géssica contou no depoimento à polícia como foi a noite em que o crime aconteceu. Ainda muito abalados com toda a situação, os avós, o tio e a mãe deram detalhes aos investigadores sobre como tudo ocorreu.
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De acordo com o delegado, o homem de 42 anos, pai de Géssica, já teria chegado ao local atirando e posteriormente agrediu todas as pessoas que tentaram defender a companheira, mãe de Géssica.
Conforme o depoimento da família, a primeira pessoa a tentar segurar o homem foi o sogro, de 61 anos, que não conseguiu conter a agressividade do suspeito e acabou esfaqueado na cabeça. Logo em seguida, a sogra, de 56 anos, foi tentar segurá-lo, mas também não conseguiu e foi esfaqueada.
Depois, a terceira pessoa que tentou conter o homem foi o cunhado, de 34 anos, mas também não teve êxito. O homem então foi até a companheira, de 39 anos e a agrediu. Géssica, quando viu a situação, foi tentar defender a mãe e acabou sendo esfaqueada pelo próprio pai, não resistindo aos ferimentos.
Ainda segundo o depoimento da mãe, Géssica estava morando sozinha a cerca de um mês. Naquela noite, ao saber que a mãe havia pedido uma medida protetiva contra o pai, foi até a casa dos avós, para onde a mãe havia ido com os dois irmãos, para ver como ela estava.
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De acordo com o delegado, ainda devem ser ouvidos os bombeiros que foram até o local para atender a ocorrência e outras três testemunhas.
Homem queria assassinar a esposa e quem o atrapalhasse
O homem queria assassinar a esposa e quem atrapalhasse, segundo a Polícia Civil. De acordo com a investigação, o fato de o homem ter ido até o local do crime com arma de fogo e uma faca é o principal indício de que ele estava motivado a cometer o ato.
Segundo o delegado, o homem iria matar a mulher e “qualquer pessoa que tentasse fazer a defesa dela”. O fato de ele ter ido armado ao local é o que reforça essa tese.
— É o principal indício de que ele iria cometer o crime e matar quem tentasse impedir o plano criminoso — afirma o delegado.
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Suspeito foi preso
Logo após receber alta do hospital, o principal suspeito do crime foi levado à delegacia, mas de acordo com o delegado, preferiu ficar em silêncio no depoimento.
A Justiça decretou a prisão preventiva do homem por volta das 17h de terça-feira (13). Ele foi levado para o Presídio Regional de Blumenau.
De acordo com a polícia, o homem deve responder por homicídio qualificado tentado de duas vítimas, feminicídio tentado de duas vítimas e feminicídio consumado de uma vítima.
Assassinato chocou a cidade
Ainda é difícil para os moradores de Rodeio acreditarem que Géssica foi assassinada pelo próprio pai. Um dia depois do crime, vizinhos e parentes foram até a casa e, incrédulos, diante de marcas de sangue espalhadas por todos os cantos, dividiram lembranças que têm da família, exemplo de união.
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Janaína Marcola, 23, não conseguiu controlar as lágrimas ao falar da amiga, com quem cresceu e estudou. Na vizinhança, o crime espantou não só pela crueldade como também por ninguém nunca ter notado qualquer problema entre os pais de Géssica. Morando há mais de 20 anos no mesmo lugar, as referências sempre foram as melhores.