Internado na UTI vítima de acidente de trabalho, Fábio Junior Vargas, 40 anos, acompanhou o nascimento do filho por chamada de vídeo no Oeste de Santa Catarina. Funcionário público, ele trabalhava no restabelecimento da energia na região de Joaçaba, após a passagem do ciclone bomba, quando sofreu uma descarga elétrica.
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No Hospital da Unimed, em Chapecó, Fábio falava com a esposa Patrícia Hoffelder, 36 anos, todos os dias por telefone. Ele levou o choque no domingo, 5 de julho, e quatro dias depois, Pedro nasceu. A bolsa estourou justamente após uma ligação, mas a publicitária não quis assustar o marido. Quando estava no Hospital Universitário Santa Terezinha de Joaçaba voltou a falar com ele, já em trabalho de parto ativo.
– Quando falei com ele eu já estava fazendo força, é a hora que a gente mais precisa de apoio, incentivo. Eu fechava o olho e escutava a voz dele no fundo dizendo “vai nega, você consegue, está tudo bem, vai dar tudo certo, só mais um pouquinho” – relembra Patrícia.
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A irmã de Fábio estava com ele no hospital, e pode ficar além do horário de visita para que ele conseguisse acompanhar o parto pelo celular. Com os braços feridos, Fábio não conseguia segurar o telefone, e por isso precisou de ajuda para não perder nenhum detalhe. Pedro nasceu de parto normal dia 9 de julho, às 17h, com 3.492 quilos e 49 centímetros.
– Pedro desceu rápido, e o Fábio sempre falando comigo, como se estivesse lá mesmo, participando de verdade. O doutor também muito atencioso, o tempo inteiro incentivando e explicando ao Fábio o que estava acontecendo – conta.
Ainda em recuperação por conta das queimaduras, Fábio está internado em São José e não tem previsão de alta. Os primeiros dias do bebê, registro, vacina e consultas médicas, foram sem a presença do companheiro.
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Eles têm também a filha Bianca, de seis anos, e esperam em breve poder se reencontrar. Por enquanto, contam com o apoio da família e amigos para que os dias passem da melhor maneira possível.
– Voltar para casa depois com o bebê, e sem ele aqui, foi bem difícil, mas penso que tenho que ser forte aqui para ele ser forte lá e se recuperar – finaliza Patrícia.