Quando começou um trabalho escolar sobre dinossauros que viveram há milhões de anos na região do Cariri, no Ceará, o adolescente Marcelo Júnior, 15 anos, de Joinville, nem imaginava como poderia render a história. Ao saber da pesquisa, o pai, o médico Marcelo Ferreira Gonçalves, 54 anos, planejou a viagem até o Nordeste, com o objetivo de conhecer os fósseis, e, segundo ele, fortalecer laços familiares.
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Marcelo Júnior descobriu a região da Chapada do Araripe enquanto estudava por conta própria, para um trabalho de aula. Quando o pai descobriu, a aventura foi traçada.
— Um dia entrei no quarto e ele estava pesquisando no computador. Perguntei o que estava fazendo, ele me contou e eu disse: “vamos lá ver isso de perto, no nosso fusca?”. Ele, apaixonado por ciências e por dinossauros, topou — conta o pai.
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— Eu sempre gostei de dinossauros. Um dia, eu estudei por conta própria um dinossauro da região, o ‘Irritator’, daí eu vi que ele morou nesse sítio paleontológico que ele foi descoberto — disse o filho.
A viagem
A saída aconteceu em 15 de julho, durante as férias escolares. Em um fusca azul, com uma réplica de pterossauro – réptil que habitou a terra há milhões de anos e viveu no Cariri –, feita pelos dois, levaram oito dias de viagem para percorrer 4 mil quilômetros.
Segundo o pai, Marcelo Júnior aproveitou para se aprofundar nos estudos e conhecer mais daquilo que pesquisava.
— Ele curtiu muito a viagem, a vivência que está tendo. Até então, os fósseis eram só figuras em livros. Agora, ele pôde procurar e pegar na mão — disse.
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Por sorte, conseguiram acompanhar também o retorno do fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus, repatriado pelo Brasil após ter sido levado ilegalmente da Região do Cariri, em 1995, para fora do país.
A Chapada do Araripe, na divisa entre Ceará, Piauí e Pernambuco, é uma região geológica que abriga nove sítios paleontológicos com registros de arte rupestre e fósseis de dinossauros e de outras espécies de animais, como peixes e insetos.
A região é uma das três mais ricas do mundo na quantidade dessas peças, e atrai pesquisadores do mundo inteiro.
Pelas redes sociais, os dois compartilham os registros da viagem, o acolhimento e o carinho da população do Cariri.
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Fortalecer a relação
Além dos estudos, o percurso tem outro objetivo. De acordo com Marcelo Gonçalves, a viagem é para também fortalecer os vínculos de pai e filho e deixar uma história de herança
— Quero mostrar para as pessoas o quanto é importante a relação familiar. O tempo que estivermos juntos é que faz a diferença — relata.
Ao g1, Marcelo Ferreira disse, inclusive, que pretende presentear o filho com o fusca usado na viagem, que está com a família há mais de 20 anos.
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— Agora, esse fusca, além de ser um carro, tem uma história. Eu queria deixar um legado para o meu filho. Unimos minha paixão pelo fusca à paixão dele por dinossauros — declarou o médico.

*Sob supervisão de Lucas Paraizo
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