O juiz Gustavo Henrique Aracheski, titular da Vara do Tribunal do Júri da comarca de Joinville, decidiu pelo júri popular de Leonardo Natan Chaves Martins, 21 anos, por homicídio doloso duplamente qualificado (surpresa e feminicídio) contra Gabriella Custódio Silva, morta em 23 de julho deste ano no distrito de Pirabeiraba. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (25).
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O magistrado ainda determinou a manutenção da prisão preventiva do acusado e também pronunciou o pai de Leonardo para julgamento pelos crimes de fraude processual e porte ilegal de arma de fogo.
Depois do encerramento da fase de instrução, em que foram ouvidas 25 testemunhas mais os interrogatórios dos réus, o juiz proferiu a decisão. Embora Leonardo tenha alegado que a arma de fogo disparou acidentalmente, o magistrado entendeu que essa questão deverá ser analisada pelo júri popular porque, ao se desfazerem, o acusado e seu pai, da arma de fogo, eles impediram a realização da perícia que poderia atestar o mau funcionamento da pistola e provar a versão defensiva.
Além disso, o desaparecimento do aparelho celular da vítima e do acusado foi considerado indício de que o réu tem algo a esconder acerca da dinâmica dos fatos que se deram no dia do crime.
O caso veio à tona depois que imagens de câmeras de segurança de um hospital no bairro Pirabeiraba, na zona Norte de Joinville, registraram o acusado carregando a jovem desfalecida no colo e fugindo em seguida.
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Mesmo que os acusados não recorram desta decisão de pronúncia, o exame do caso pelo Tribunal do Júri será apenas no próximo ano porque a pauta está congestionada com cerca de 30 ações penais, todas envolvendo réus presos.
Relembre o caso
Gabriella Custódio Silva foi morta com um tiro por volta das 17h30min do dia 23 de julho na rua Arno Krelling, no Distrito de Pirabeiraba, na zona Norte de Joinville. Gabriella teria sido atingida por um disparo de arma de fogo dentro de casa, colocada no porta-malas de um Chevrolet Captiva e levada ao Hospital Bethesda.
Após deixá-la no hospital, Leonardo Nathan fugiu do local. A partir da placa do veículo foi descoberto que o proprietário era o marido da vítima. Os policiais foram até o endereço registrado e não o encontraram.
Quando os policiais estavam realizando buscas, a Captiva passou pela rua com duas pessoas. O motorista informou que o veículo havia sido deixado na casa de um amigo e, posteriormente, descobriram que o carro estava envolvido no crime. Por isso, estavam o levando à casa do proprietário, quem eles conheciam.
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A Polícia Militar conduziu as duas pessoas até a Delegacia de Polícia para prestarem depoimento. Leonardo teria deixado Gabriella no hospital já sem vida.
Conforme relatos de amigos e conhecidos de Gabriella, a jovem trabalhava em uma transportadora joinvilense até poucos meses antes do crime, mas estava no seguro-desemprego e preparava um veículo para trabalhar como motorista de aplicativo.
Ainda de acordo com os amigos, há cerca de três meses ela fez um “chá de panela” em casa e passou a morar com Leonardo. Os dois, porém, teriam se conhecido ainda na época da escola e namoravam oficialmente há cerca de seis meses.
— Ao mesmo tempo que eles tinham um relacionamento bom, eles brigavam bastante, mas depois já estavam bem. Não dá para acreditar que ele fez isso — sinaliza Danielle Lopes, uma das melhores amigas de Gabriella.
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