Parece fácil sair para protestar, mas para alguns jovens essa escolha passa pela aprovação dos pais. Sabrina Luana Rosa, de 17 anos, sabe disso. Ela queria ter participado do protesto já na terça, mas tinha que convencer seus pais. Deu certo! Ontem ela conseguiu ir acompanhada do pai pelas ruas da Capital.
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– Eu queria ir para dar um apoio às manifestações. Eu acho que está na hora de mudar as coisas. Tem muita coisa para melhorar: a saúde, o transporte público, a educação. Estudo numa escola que há mais de 10 anos prometem uma reforma, e nunca reformam – desabafou a estudante da Escola Estadual Aderbal Ramos da Silva, em Florianópolis.
Nas salas de aula, nos corredores e nos pátios o assunto é o mesmo: os protestos. Sabrina fala que todos os seus amigos contavam os dias para a manifestação de ontem chegar e que até os professores estavam debatendo o assunto na escola, como a repressão violenta da polícia em outras cidades.
– Os policiais precisam de tudo isso: saúde, educação, transporte. Eles não estão participando das manifestações porque eles estão trabalhando o governo. Quando a manifestação é pacífica eles deveriam cruzar os braços e aderir ao movimento. Fazer parte porque eles também precisam desses serviços – contou Sabrina.
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Claudecir Rosa, de 38 anos, é o pai da Sabrina. Ele vai acompanhá-la no protesto, mas diz que não está com medo e vê com entusiasmo a participação dos jovens.
– Estava na hora disso acontecer. Tem que levantar algumas bandeiras, tipo a do Renan Calheiros, que é um cara processado e continua num posto de comando no país. O Brasil sempre foi o país do “vamos resolver mais tarde” e não acontece nada – reclamou Claudecir.
Se ele fosse o único do protesto, ele levantaria a bandeira da alta carga de impostos cobrados no país. Para ele, se você pesquisar os alimentos, por exemplo, descobre que ao sair do interior até chegar a sua mesa, você paga cinco ou seis impostos. Ele é a favor de uma taxação única, mais justa para a população.
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