O pai de Evelyn Vitória Modrok foi condenado a 30 anos de prisão por matar a menina de cinco anos em Guaramirim, no Norte de Santa Catarina. O crime aconteceu em julho do ano passado, mas o julgamento foi realizado nesta terça-feira (30). O homem já havia confessado o crime quando foi preso.
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O julgamento começou às 9h30 e foi encerrado no fim da tarde. A juíza Tatiana Cunha Espezim, da 2ª Vara da Comarca de Guaramirim, sentenciou o pai pela prática de homicídio por motivo torpe, com uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e também por ter sido cometido contra descendente.
Evelyn foi encontrada morta com inchaço na região do pescoço no dia 12 de junho de 2021. À época, os bombeiros que atenderam a ocorrência já sinalizaram que as marcas indicavam estrangulamento.
Conforme ocorrência registrada pela Polícia Militar (PM), após cometer o crime, o homem ainda tentou se matar com uma faca. Ele foi levado pelo Samu a um hospital em Jaraguá do Sul, pois tinha ferimentos no pescoço e no pulso esquerdo.
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Num primeiro momento, o pai disse que alguém invadiu a casa na madrugada daquele sábado e o atacou. Ele teria desmaiado e quando acordou teria visto a menina morta. No entanto, com base na perícia feita no local e análise da cena e lesões da vítima, foi constatado pelos peritos e médico legista que a versão não era verdadeira.
No mesmo dia, portanto, o pai da criança confessou o assassinato. Segundo Paulo Venera, delegado que investigou o caso, o homem utilizou uma camiseta para asfixiar a filha.
Separação e cenário conturbado
Evelyn vivia em um cenário familiar conturbado desde a separação dos pais, no início de 2021, com histórico de boletins de ocorrência e brigas pela guarda da menina, segundo relatos da Polícia Civil e do conselho tutelar.
Os problemas duraram meses e, dois dias antes da menina ser morta, autoridades foram acionadas pela mãe. Em interrogatório à Polícia Civil, o homem argumentou que matou a criança para “acabar com o sofrimento da filha”.
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A mulher procurou a polícia três meses antes da morte da filha, informando que o ex-companheiro havia ameaçado matar a filha e, em seguida, tirar a própria vida. A mãe ainda relatou atos de alienação parental cometidos pelo homem com a menina — uma prática em que um dos pais tenta desconstruir a imagem do outro para o filho.
Em depoimento, a mulher também contou que tinha muita dificuldade em falar com a filha porque o pai não a deixava. Segundo o relato, o homem usava a criança como moeda de troca para que a ex-companheira voltasse a morar com ele.
Após a separação, no início deste ano, a guarda da menina permaneceu compartilhada em um acordo entre os pais, sem envolvimento da Justiça. No entanto, a mulher chegou a relatar que ficou até 30 dias sem ver a menina, o que indica que a guarda não era respeitada.
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