Dez anos, 10 meses e 20 dias de prisão é a pena dada ao desempregado Luciano Dias Salvador, 32 anos, pela morte do próprio filho, Lucas Salvador, de cinco anos, na cidade de Lauro Muller, Sul do Estado.

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A condenação saiu em júri popular que se encerrou na noite de quinta-feira. Luciano é acusado de ter estrangulado e matado o filho por asfixia no dia 21 de junho de 2011 e depois provocado um acidente de trânsito para camuflar o crime.

O menino vivia com os avós paternos por causa de maus tratos dos pais. Na noite da morte, Luciano buscou a criança na casa dos pais dele e a colocou dentro de um carro, partindo sem informar o destino.

De acordo com o Ministério Público, Luciano parou o carro em um lugar escuro, sem pessoas ou residências próximas, e apertou com as próprias mãos o pescoço da criança. Não conseguindo matá-la, passou uma alça no pescoço dela e a estrangulou.

A juíza Letícia Pavei Cachoeira estabeleceu a pena base em 12 anos de reclusão. Com as agravantes da asfixia e por ser filho do réu, a pena chegou a 16 anos e quatro meses. A magistrada o considerou semi-imputável por sofrer de depressão, ou seja, ficou entendido que não tem a plena consciência ou é temporariamente incapaz, e com isso a pena foi diminuída e ficou em 10 anos e 10 meses.

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A promotora Lara Zappelini Souza, que atuou no júri, lembrou em plenário o caso Nardoni, em São Paulo – da morte da menina Isabela -, em razão da semelhança com o fator surpresa contra a criança.

– Ele (Luciano) matou em razão de não admitir que os pais ficassem com a guarda da criança e também por ciúmes pelo fato de os pais deles tratarem melhor a criança em relação a ele no passado – afirmou a promotora.

Defesa quer novo julgamento

A defesa de Luciano afirmou que vai entrar com recurso no Tribunal de Justiça de Santa Catarina pedindo novo julgamento. O advogado do réu, Jefferson Damin Monteiro, disse que houve cerceamento da defesa.

– Não nos foi oportunizado acesso a documentos juntados pela acusação antes do júri e não há provas que Luciano tenha matado o seu filho. Três jurados votaram pela absolvição – observou o advogado.

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Segundo o defensor, Luciano nega a morte do filho e afirma que houve acidente de trânsito. O preso está no Presídio Regional de Criciúma, no Sul.