O pai do menino de 12 anos flagrado dirigindo um caminhão na BR-101 domingo à noite em Tubarão, afirma que a ocorrência foi uma “invenção” da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ele garante ter sido o verdadeiro condutor e que não há provas que sustentem o relato formal feito pelos policiais na Delegacia de Proteção a Mulher e ao Menor e por isso irá mover um processo contra a instituição.

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O relato descrito pelo policial rodoviário aos delegados Leonardo Valente e Rafael Bitencourt na Delegacia de Proteção a Mulher e ao Menor diz com clareza que o condutor de fato era o garoto de 12 anos. O dono do caminhão, um homem de 22 anos que seria primo do garoto, viajava em um veículo logo à frente e retornou cerca de 10 minutos depois ao desconfiar que algo havia acontecido durante a passagem do caminhão pelo posto da PRF.

O pai do garoto, morador de Tubarão, e dono de uma frota de caminhões para transporte de cargas diversas, sustenta ser ele mesmo o proprietário do Volkswagen modelo 8-150 Plus e também o condutor no momento da abordagem dos policiais. O filho estava junto, mas no lado do carona junto com o sobrinho, que a polícia assegura ser o proprietário do veículo. Esse carro não foi apreendido por estar com a documentação em dia.

– Eu é quem estava ao volante. Como uma criança de 12 anos conseguiria assumir um caminhão? Vou processar a PRF por tudo isso que passamos – garante.

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Ele também acusa a PRF de ter sido pressionado a declarar durante o depoimento fatos que não aconteceram, mas preferiu não explicar essa questão por enquanto.

A posição do pai do menino não causou alvoroço na delegacia da PRF em Tubarão.

– A contestação da abordagem e do boletim de ocorrência, assim como o processo judicial, são direitos de qualquer pessoa. Nós temos consciência de ter feito todos os procedimentos para cumprir as leis do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e que a equipe de policiais rodoviários que atuou nesse caso fez o trabalho correto – diz o chefe da delegacia, inspetor Eduardo Lugo Samudio.

A notícia do flagrante de um garoto de 12 anos no volante de um caminhão na BR-101 ainda repercute em Treze de Maio, município de 7 mil habitantes onde reside o proprietário do veículo e ponto de partida da viagem polêmica. Nas localidades do interior adolescentes dirigindo tratores ou caminhonetes para o transporte de carga como forma de ajudar a família não é algo raro, segundo disse um funcionário público, mas na área urbana isso chega a ser um problema.

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– No campo alguns dirigem dentro das propriedades rurais para ajudar a família, mas aqui na cidade muitos guris abusam da irresponsabilidade à noite – comenta.