Aposentada há 26 anos, Marilda Jardim, 85 anos, usa o 13º salário com muito cuidado. Quando recebe a primeira parcela já deposita e vai gastando aos poucos.

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– Eu vejo como um extra, é para uma emergência. Com o que sobra compro umas coisinhas para mim, mas pesquiso bastante para comprar com preços acessíveis.

Porém, ao contrário de Marilda, boa parte dos catarinenses deve usar a primeira parcela do 13º, que chega neste mês, para pagar dívidas e sair do vermelho. É o que projeta o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de Santa Catarina Luciano Córdova. Em média, 40% dos catarinenses usam as parcelas para pagar as faturas em atraso, mas esse percentual pode aumentar neste ano, chegando a 50%:

– A tendência é que seja mais elevado neste ano porque a renda está diminuindo com o desemprego – resume o economista.

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Ele acrescenta que em geral 45% dos catarinenses gastam o salário extra com presentes e outros itens e 15% aplicam em poupança ou outros investimentos.

Uma pesquisa da Fecomércio de outubro apontou que 57% das famílias catarinenses estavam endividadas e que 17,4% delas não sabiam dizer quanto deviam. Então o primeiro passo é somar o montante das faturas em atraso ou por vencer para saber o tamanho do rombo.

– A pessoa endividada deve dar um presente para ela e sua família, pagar as dívidas para ganhar paz de espírito e tranquilidade para o ano que começa – orienta o professor de economia da UFSC e consultor financeiro Jurandir Sell Macedo.

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Hora de colocar as contas no papel

Para definir quais faturas pagar antes é importante identificar as dívidas mais caras, por exemplo, as de cartão de crédito e cheque especial.

– Nenhuma aplicação vai render tanto quanto o custo dessas dívidas. Por exemplo, no cheque especial os juros chegam a 16% ao mês – diz.

O coordenador do curso de Contábeis da Estácio, Luciano Konescki, acrescenta que independentemente da dívida é importante negociar as parcelas. Com o dinheiro na mão, é mais fácil conseguir descontos. Para quem está em situação financeira mais tranquila, a dica é vale fazer uma reserva pensando nos gastos do início do ano:

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– A pessoa não deve aproveitar o 13o salário como se fosse um recurso extra para comprar um bem, acabar se endividando mais ainda, e começar um ano com mais contas. Deve pensar nos gastos do início do ano, como IPTU, IPVA, material escolar – defende Konescki.

Especialistas também consideram importante usar parte do dinheiro para dar presentes e incrementar a ceia de Natal, mas sem exageros e à vista. Para um 2017 mais azul, também valem as dicas de Marilda: ter uma reserva para emergências e pesquisar os preços.

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