O coordenador da Pastoral de Rua de São Paulo, Padre Júlio Lancelotti, falou na CBN Floripa sobre a ação criminosa da PM de Itajaí que, de forma clandestina, espancou moradores e os fez caminhar até a cidade vizinha de Balneário Camboriú. Como liderança nacional no combate à aporofobia – aversão a pessoas pobres – ele disse que vai levar o assunto para o Ministério da dos Direitos Humanos e Ministério da Justiça para que a Polícia Federal possa investigar de quem é a responsabilidade da ação.

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– Tem alguém que financiou, alguém motivou isso. Não é uma coisa espontânea. Sete viaturas, com tantos policiais fardados em serviço de repente fazem isso. Isso é financiado por alguém, há em jogo grupos poderosos que querem fazer uma higienização da cidade considerada turísticas e tratar as pessoas em situação de rua como um lixo – avalia

PM confirma que operação contra moradores de rua em Itajaí foi clandestina

O padre diz que ficou estarrecido com o caso e explica que esse tipo de atitude cruel é histórica:

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– É estamos aqui junto com vocês estarrecidos. No início eu pensei que era o exército israelense. E aí fui ver que era a Polícia Militar de Santa Catarina com pessoas que são de rua. E isso é triste. Acontece em SC, no Brasil, em São Paulo.. É preciso que a Corregedoria da Polícia Militar de Santa Catarina investigue e que haja um alerta ao Ministério de Direitos Humanos e ao Ministério da Justiça, porque essa é uma prática comum das cidades. O exemplo mais antigo da história é quando Rainha Elizabeth II veio ao Rio de Janeiro e deram um sumiço nos moradores de rua.

Charge do Zé Dassilva retrata a crueldade com moradores de rua de Itajaí

A Corregedoria da Polícia Militar vai investigar os policiais envolvidos no caso. Imagens que circulam nas redes sociais mostram as pessoas caminhando em fila indiana pela BR-101, “escoltadas” por pelo menos sete viaturas da PM. Os vídeos mostram homens e mulheres, alguns deles empurrando carrinhos usados para coleta de recicláveis. Apesar do grande aparato policial envolvido, o comando do 1º Batalhão da PM, em Itajaí, afirma que a operação não foi autorizada e teria sido organizada pelos policiais “por conta própria” — isso significa que ocorreu de forma clandestina e ilegal.

Veja imagens da abordagem

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