O homem que confessou ter assassinado uma menina de dois anos em Treze Tílias, no Meio-Oeste catarinense, se mostrou incrédulo com o crime que cometeu, mas também pouco expressivo em seu depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (27). Ele era ex-padrasto da criança.

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 — Como ele disse, palavras dele: não tinha caído a ficha ainda de que tinha cometido aquele ato. Mas ele não chorou, não chorou. Ele estava meio, meio arrependido, mas não estava assim… Era um cara frio — disse o delegado Marcelo Marins, à frente do caso, ao Diário Catarinense.

O depoimento ocorreu na delegacia regional de Joaçaba, onde ele reiterou aos policiais civis ter assassinado Maitê Brambila dos Anjos. Mais cedo, ele já havia confessado o crime à Polícia Militar, na ocasião em que se entregou em Treze Tílias. Ele era procurado desde a noite de terça-feira (26), quando o corpo da menina foi encontrado já sem vida no apartamento da mãe.

O suspeito do caso, como é tratado formalmente, foi autuado em flagrante pela Polícia Civil por homicídio e encaminhado ao Presídio Regional de Joaçaba, onde está detido.

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Além dele, uma tia de Maitê já depôs aos policiais civis. A mãe da criança ainda não pôde ser ouvida formalmente, devido ao estado de abalo emocional em que se encontra, segundo o delegado Marins.

Entenda o caso

Conforme relato de familiares ao Diário Catarinense, a mãe de Maitê e o ex-companheiro tinham terminado uma relação há cerca de dois meses. O homem, porém, permaneceu morando com as duas enquanto procurava por uma nova residência. Na terça, quando deveria deixar o local, ele teria pedido um tempo para ficar com Maitê, se despedir dela e comprar presentes.

A madrasta da menina, Marcia Ribeiro, relatou, à reportagem, que o homem que confessou ter matado Maitê não demonstrava comportamento violento e tratava todos aparentemente bem. 

Ao voltar do trabalho, por volta das 18h, a mãe da criança encontrou o apartamento trancado e não conseguia contato com o ex-companheiro. Ela acionou então o pai da menina, Juliano Cezar Matias.

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Ambos passaram a fazer buscas de carro pela cidade e foram até a quitinete para onde o ex-padrasto supostamente deveria se mudar, mas não encontraram ele. A mãe de Maitê relatou então o desaparecimento à polícia e ao Conselho Tutelar.

— Ele disse que tinha alugado uma quitinete. Foram até lá ver se ele estava lá, mas falaram que ele não alugou nada. Foram na delegacia, e aí foram na casa [da mãe da criança de volta] — disse Marcia, que esteve com Maitê pela última vez no domingo (24).

Antes da chegada dos policiais ao apartamento, o pai e um tio da vítima arrombaram a porta do local, ainda segundo a madrasta. Dentro da residência, o corpo da menina foi encontrado em cima de uma cama, embaixo de várias cobertas. Ela tinha um corte no pescoço e já estava sem vida.

A Polícia Militar passou a tratar o caso como assassinato e já tinha ali o ex-companheiro da mãe da menina como principal suspeito, que tinha paradeiro desconhecido até se entregar na manhã de quarta, em Treze Tílias. Ao longo da procura, a polícia chegou a mobilizar esforços em Água Doce, município vizinho e onde o suspeito tinha familiares

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