Debruçado há mais de três meses sobre um pacote habitacional que mistura desonerações de material de construção ao subsídio de moradias, o governo não consegue fechar o plano, que virou um desafio.
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Nesta quinta-feira, pressionado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou na reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC) que o pacote vai envolver recursos da ordem de R$ 70 bilhões. O valor dos recursos, segundo o ministro, seria necessário para a construção de 1,2 milhão de casas populares.
Mas a formatação das medidas está comprometida por divergências dentro e fora da Esplanada dos Ministérios e pela ambição do Palácio do Planalto, que transformou um programa de estímulo econômico em política social. A dificuldade começa pela falta de recursos para bancar a redução das prestações e de tributos, com o objetivo de baratear os imóveis. Só nesta conta, os técnicos tentam tirar da manga, enquanto a arrecadação cai mais de 7%, cerca de R$ 10 bilhões.
A reunião dos governadores com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na última terça-feira, para discutir o pacote, acabou sem avanços. Mesmo diante de uma colcha de retalhos, o governo continua vendendo um pacote grandioso.
Mantega garantiu que as medidas saem após a viagem do presidente Lula aos EUA, provavelmente no dia 18, e estimou que o pacote será de R$ 70 bilhões. Não disse de onde sairiam os recursos, mas eles podem incluir o caixa de Estados, municípios e setor privado na empreitada.
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