A prefeitura de Florianópolis anunciou na manhã desta segunda-feira (2) uma série de investimentos em mobilidade urbana com foco na melhoria do trânsito na Capital. Junto do lançamento do novo Plano de Mobilidade, as ações focam em eixos de revitalização de ruas e avenidas (com ações de asfaltamento que já estão em andamento e obras pontuais), melhoria do transporte coletivo, aumento da malha cicloviária e humanização das áreas com foco nos pedestres.

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Entre os principais anúncios está a criação de uma nova faixa na SC-404, a Rodovia Admar Gonzaga, no Itacorubi. Segundo o prefeito Gean Loureiro, a obra deve começar nos próximos dias e a expectativa é de conclusão antes da temporada de verão. A melhoria deve se unir a outros trabalhos no Córrego Grande, Itacorubi e Santa Mônica, aumentando a fluidez no trânsito da região. Para o coordenador do Observatório da Mobilidade Urbana da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Bernardo Meyer, a medida é válida, mas apenas paliativa se não houver um planejamento diferenciado, priorizando o uso do transporte coletivo.

O pacote de obras envolve vários corredores pela cidade. No Norte, com a revitalização da SC-401 e arredores e também da SC-403, com melhorias na ligação entre os bairros Canasvieiras, Jurerê, Ingleses e Rio Vermelho. No Sul os trabalhos ocorrem no Campeche e na ligação do novo aeroporto – com novas linhas de ônibus que devem começar a operar em fase de teste nos próximos dias.

Outro ponto em foco é a duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira, prometida para a metade do ano que vem e que deve passar por testes para virar o binário do Pantanal/Carvoeira – com a Edu Vieira em sentido único para um lado e a Rua Capitão Romualdo de Barros para o outro. Os testes devem ocorrer durante o período de férias da UFSC.

No Centro a prefeitura destacou os entornos da Ponte Hercílio Luz, que deve ter uso prioritário de ônibus. Serão investidos R$ 4 milhões nas duas cabeceiras da ponte. Há também uma atenção ao maciço do Morro da Cruz, visto como uma opção para desafogar o trânsito na região central. O morro deve receber asfalto novo e melhorias no transporte público – no que a prefeitura chamou de novo “transmaciço”. Um novo modelo de ônibus, menor, também deve começar a transitar no morro, reduzindo os problemas causados pelo tráfego de veículos grandes nas ruas estreitas do maciço.

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Os recursos para os serviços, segundo a prefeitura, já estão quase todos garantidos e atingem a casa de R$ 300 milhões, sendo que R$ 120 milhões são próprios e o restante vindos de financiamentos e programas do governo.

— A reestruturação orçamentária permitiu aumentar a capacidade de investimento da prefeitura, o que possibilitou esse uso de recursos próprios. As ações agora não são baseadas no feeling do prefeito, tem dados que embasam cada uma dessas decisões. A prefeitura não vai tomar riscos — explicou o prefeito.

Conforme a prefeitura, cerca de 70% das obras anunciadas são previstas ainda para 2019. Entre elas o que o projeto trata como "desatando nós", um pacote de ações de curto prazo para atacar 50 gargalos no trânsito da Capital que a prefeitura identificou. Os trabalhos nesses nós devem começar pela região central, que tem 20 pontos da lista.

Transporte público em foco

Em algum ponto, praticamente todas as ações presentes no plano envolvem a priorização do transporte coletivo. O secretário de mobilidade, Michel Mittmann, apontou que as limitações de espaço da cidade e de investimentos maiores não permitem no momento planos de corredores exclusivos de ônibus. Há planos no momento de corredores na Edu Vieira e na Ponte Hercílio Luz. Em outros lugares, Mittmann cita "microcorredores".

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— Vamos fazer ações para que o ônibus possa fugir da fila quando der. Pontos específicos em que o transporte coletivo vai ter uma saída exclusiva da fila em gargalos, como perto do Terminal da Trindade ou no acesso ao Santa Mônica — explica o secretário.

A prefeitura anunciou também mudanças no sistema de transporte coletivo para 2020. Os abrigos de ônibus serão renovados, seguindo um "catálogo" de modelos para cada tipo de rua, e novos ônibus de piso rebaixado serão integrados à frota, o que deve facilitar o acesso de cadeirantes. Há também um plano de melhorias na informação ao usuário, dividindo a cidade em cinco regiões (Centro, Leste, Norte, Sul e Continente), cada um com uma cor. Essas cores serviriam para guiar os usuários, sinalizando qual região da cidade é coberta por cada linha do transporte e quais ônibus fazem a conexão entre regiões diferentes — quase como funciona a comunicação de sistemas de metrô em cidades como São Paulo, por exemplo.

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