O alerta precoce das chuvas que atingiram mais de 20 mil pessoas na última semana ajudaram a minimizar o impacto das cheias em Santa Catarina. Mas a proteção robusta contra enchentes e enxurradas, que poderia ter reduzido ainda mais os prejuízos nos 70 municípios afetados, principalmente do Vale do Itajaí, só deve ocorrer em 2016.
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Este é o prazo estimado pela Defesa Civil do Estado para a conclusão de nove pacotes de obras e ações de prevenção (veja tabela) que integram o Pacto pela Defesa Civil e foram projetados por técnicos da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica). O cronograma sofreu poucas alterações desde o lançamento do programa, e os processos estão em andamento.
No total, serão investidos R$ 600 milhões em radar meteorológico, ampliação de duas barragens, construção de oito novas represas, melhoramento da calha dos rios. Mas a complexidade dos projetos e a burocracia precisam ser vencidos. Mais próximo de virar realidade está o radar meteorológico, capaz de monitorar 77% do território catarinense e prever tempestades. Em março de 2014, deve entrar em operação oficialmente em Lontras.
A sobreelevação das barragens de Taió e Ituporanga, uma das obras mais esperadas para o Vale do Itajaí, está em processo de licitação e deve começar ainda este ano, segundo a secretário de Defesa Civil, Milton Hobus. Se tudo correr como o previsto, em abril de 2015 as duas vão represar quase 33 milhões de metros cúbicos de água a mais. Engenheiro hidrólogo do Centro de Operação de Sistema de Alerta da Bacia do Itajaí-Açu (Ceops), Ademar Cordero estima que as duas barragens, se já estivessem elevadas em dois metros, impediriam o transbordamento como o ocorrido domingo e e segunda-feira.
– Com a capacidade de armazenamento maior, o nível dos rios no Vale do Itajaí seria menor, principalmente em Rio do Sul, onde o nível do rio poderia ter ficado um metro abaixo do que foi registrado no Centro.
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Em visita a Blumenau segunda-feira, o governador Raimundo Colombo reconheceu a necessidade das obras serem concretizadas, mas afirmou que as datas de conclusão não devem sofrer antecipadas:
– Estamos vencendo as etapas legais. As outras ações que estão na fase de projetos executivos não tem como ser aceleradas pois envolvem estudos técnicos de engenharia para poder oferecer segurança à população.