O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), afirmou que o pacote de medidas anunciado mais cedo pelo presidente Lula (PT) em resposta aos ataques em escolas é um começo, mas não o bastante para lidar com o problema.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Blumenau e região direto no Whatsapp

— É um caminho inicial para uma série de discussões que precisam ser feitas. O pacote traz algumas ações e recursos para os municípios, mas vou citar aqui só o exemplo da segurança que Blumenau vai disponibilizar nas unidades educacionais: o custo anual disso vai girar em torno de R$ 16 milhões; o governo federal disponibilizou para gente, se por aprovado, cerca de R$ 1 milhão. Então, é uma gota no oceano, tem outras ações que precisam ser discutidas — disse em coletiva na Câmara dos Deputados, em que o NSC Total acompanhou in loco.

Entre essas medidas ainda pendentes, Hildebrandt deu destaque a eventual aprovação de uma legislação penal mais dura para casos como o da creche Cantinho Bom Pastor.

Ele defendeu a reavaliação da redução da maioridade penal no país, a possibilidade de aumento do cumprimento de pena ou de prisão perpétua, a proibição da redução de pena para condenados por crimes dessa ordem, a ampliação da fiscalização de presos em regime semiaberto e também a manutenção da criminalização das drogas no Brasil. Mais cedo, ele havia pedido também uma pena maior para casos de ataques a escolas.

Continua depois da publicidade

Leia mais: Janja recebe familiares das vítimas de ataque a creche em Blumenau; veja vídeo

O prefeito afirmou tratar das medidas em acordo com as famílias das vítimas. Bruno Bride, pai de Bernardo Cunha, e Jennifer Pabst, mãe de Bernardo Pabst, crianças que foram mortas em Blumenau, acompanham Hildebrandt na coletiva e fizeram coro ao pedido de leis mais duras, para evitar uma eventual soltura precoce do autor do ataque na cidade catarinense.

— A ida deles tem que servir de alguma coisa, não só para mudanças de lei. Não quero que mais pais vivam essa dor dilacerante. É difícil lidar com silêncio de casa, estou em fuga da minha própria casa — disse entre lágrimas a mãe de Bernardo.

Ainda na coletiva, estiveram presentes os deputados federais Caroline de Toni (PL), presidente do Fórum Parlamentar Catarinense (FCP), e Jorge Goetten (PL), que afirmaram ter pedido reunião com presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), para dar celeridade na Casa a um pacote de 23 medidas já apresentadas em resposta ao ataque em Blumenau.

Ataque a creche em Blumenau: famílias buscam informações no local

Leia mais

“Não vamos transformar escolas em prisões de segurança máxima”, diz Lula sobre ataques

Continua depois da publicidade

Governo registra derrubada de 756 perfis dedicados a mensagem de ódio nas escolas

Autor de ataque a creche em Blumenau revelou crime a amigo semanas antes, diz polícia