O Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis, é alvo de reclamações sobre a precariedade no atendimento a pacientes. Na semana passada, um novo espaço na unidade foi aberto para receber pacientes após denúncias de superlotação. No entanto, acompanhantes relatam à NSC TV que o local tem problemas estruturais e de falta de higiene. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que segue tomando providências para melhorar a estrutura de atendimento.
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Na semana passada, pacientes relataram que pessoas com diferentes condições de saúde ficavam amontoadas em corredores. Uma acompanhante, preocupada com a segurança do pai, que estava no corredor, disse que alguns pacientes eram colocados no corredor, em uma maca, logo depois de fazer uma cirurgia.
— Ali passa muita gente com sangue, com ferida, doente. Fiquei com medo do meu pai se contaminar. Estava limpo, mas era bem desumano. Estava cheio, superlotado. Tinha dez macas no corredor, fora, nos cantos, que ainda tinha mais gente — disse a mulher, que não quis se identificar.
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Apesar dos apelos feitos à ouvidoria e à assistência social do hospital, nenhuma ação foi tomada de imediato. Segundo os relatos, a situação mudou repentinamente após a denúncia para a imprensa, na última quinta-feira (24). Em menos de uma hora, o corredor foi esvaziado e limpo, de acordo com pacientes.
— De uma hora para outra eles tiraram todo mundo do corredor, todos. Ficou o corredor coisa mais linda, tudo limpinho, sem ninguém, nem cadeira, nem nada — relatou uma acompanhante, sem se identificar.
— E aí começaram a puxar a maca para o lado, puxar maca para o outro. Mas até então, até quinta-feira, eles disseram que o hospital estava lotado e que não tinha para onde levar a pessoas. Que não tinha quarto e não tinha leito — disse outra pessoa que estava no local.
Entretanto, a nova área improvisada para os pacientes apresentou novas dificuldades. Além de estruturas enferrujadas e objetos improvisados, os acompanhantes registraram a presença de uma barata na sala. A falta de ar-condicionado e janelas também foram mencionadas:
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— Um quarto sujo. Um quarto onde vai se fazer um exame e tem que botar um banquinho porque não tem uma mesinha para colocar um aparelho para fazer o exame.
— Vários banheiros no hospital entupidos. O cheiro de fossa no corredor da emergência, tu não consegue aguentar — destacou um entrevistado.
Veja fotos do local feita por pacientes
O que diz o hospital
A direção do hospital informou à NSC TV que a nova estrutura foi aberta no dia 18 de outubro com 16 leitos pra remanejar esses pacientes que aguardam atendimento na emergência da unidade. Na manhã de segunda-feira (29), uma vistoria foi feita no local.
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— A gente veio aqui dar uma olhada na estrutura e conferir de perto o que tá acontecendo. Nada atípico, nada anormal, condições sanitárias e de atendimento regularizadas. Esse movimento que nós fizemos é exatamente pra evitar algum grau maior de superlotação na emergência, enquanto esses pacientes aguardam leitos de internação — declarou o diretor do hospital, Michel Faraco.
O que diz a Secretaria da Saúde
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que itens de manutenção estão sendo recuperados por reeducandos, em parceria com a Secretaria da Administração Prisional e Socioeducativa. Em relação à barata, a secretaria declarou que a gravação foi feita na garagem do prédio, embora a pessoa responsável pela filmagem conteste, afirmando que o vídeo foi feito em uma sala próxima aos leitos.
O hospital reforçou que a dedetização do local está em dia, e a direção da unidade afirmou que segue tomando providências para melhorar a estrutura de atendimento.
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