Os pacientes do Hospital São José ainda sentem os efeitos da greve dos servidores municipais. Com 181 profissionais da saúde ausentes dos postos de trabalho, a lentidão no atendimento é constante nas salas de espera. Na sala onde os pacientes aguardavam a atenção dos médicos, uma tela listava os casos considerados urgentes, pouco urgentes e não urgentes.

Continua depois da publicidade

Maria Nilva de Lara, operada três vezes por causa de um câncer no intestino, estava registrada como caso de urgência. Ela sentia fortes dores abdominais, mesmo assim, esperou por mais de uma hora para ser atendida. Foi recepcionada às 14h52, mas a classificação de seu caso aconteceu apenas às 15h53. Às 16h13, entrou na sala de atendimento.

– Sempre me atenderam muito bem aqui. Mas teve caso de acidente, até de trabalho, no horário que cheguei – afirmou.

No Pronto-atendimento (PA) Sul, as cadeiras e os corredores da recepção foram ocupados por meia dúzia de pessoas. O casal Sérgio Luís e Michele Cristina Bento esperava pelo atendimento de José Antônio Bento, pai de Sérgio. Há uma semana, eles também estiveram no PA e Sérgio esperou durante horas. Teve que caminhar de um lado para outro da sala de atendimento, carregando o pai dele.

Continua depois da publicidade

– Hoje eles não queriam atender. Disseram que só atenderiam emergência porque estão de greve. Tive que mostrar o estado do meu sogro no carro. Nem ajudar a carregar eles ajudaram – contou Michele.

Segundo ela, José Antônio está apático, não caminha sozinho e nem consegue comer. Ninguém sabe qual é o problema de saúde dele. No PA Leste, chegaram a dizer que o sogro de Michele sofria de “angústia”. Mas, conforme ela, não fizeram nenhum exame. José Antônio apresentou dificuldade para conter a urina, por isso, precisou da ajuda do filho Sérgio na sala de atendimento.

– Meu marido precisa sair e não pode ir embora porque pediram pra ele ficar. Não tem enfermeiro homem pra ajudar meu sogro nessas horas – lamentou.

Continua depois da publicidade