Pacientes do Hospital Florianópolis, na Capital, esperam mais de 9 horas por atendimento nesta segunda-feira (20). Conforme relatos à reportagem, pessoas que chegaram no início da manhã com casos considerados leves, ainda aguardam atendimento no local, assim como os pacientes com suspeita de dengue — que não estariam sendo categorizados como problemáticos.
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Jocelei Monteiro, de 43 anos, que está com sintomas de dengue chegou na unidade por volta das 11h. Desde a triagem, feita ainda pela manhã, aguarda pelo exame. Segundo ela, a dor no corpo, falta de apetite, dor de cabeça e abdominal, e a febre aumentaram desde que chegou na instituição. A paciente já havia tentado atendimento no Hospital Regional, mas não conseguiu e procurou por outra alternativa.
— Estamos desesperados, vim para cá porque não consegui atendimento em São José. Acho que vou desistir — disse ela ao jornal Hora de SC.
Rosemeri, diferente de Jocelei, chegou ao hospital com problema na perna. Ela é diabética e tem problemas cardíacos, e está com uma das pernas inchada. Desde a manhã desta segunda-feira aguarda atendimento.
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— Estou com a perna inchada, sou infartada. Só estão atendendo pessoas com pulseira amarela e quem chegou antes de mim, que está com a mesma pulseira, não foi atendido ainda — disse.
Conforme a direção do Hospital Florianópolis, a unidade está com sobrecarga nos atendimentos nos últimos dias. O diretor, Dr. Helton, afirmou ainda que a suspeita de dengue está sendo colocada como classificação verde e a demora é em relação ao volume de casos mais graves, colocados como “vermelho”.
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Em nota, a Secretaria do Estado da Saúde (SES) afirmou que a situação ocorre por conta da alta demanda de pacientes com dengue e a caracterização dos pacientes é feita na triagem, priorizando os atendimentos de casos mais graves. (veja a íntegra abaixo)
O Hospital Regional de São José também apresentou grande demanda de pacientes nesta sexta-feira. Segundo a SES, a situação foi ocasionada, além dos casos de dengue, por instabilidade no sistema de cadastro, “o que provocou um represamento nos atendimentos”.
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Veja a nota na íntegra
“O Hospital Regional de São José (HRSJ), bem como o Hospital Florianópolis, comunicam que nos últimos dias as emergências têm recebido um número expressivo de pacientes devido, principalmente, ao aumento dos casos suspeitos de dengue. Neste sentido é importante esclarecer que os Hospitais utilizam o protocolo da Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC) na triagem de classificação de risco, priorizando os atendimentos de maior gravidade.
Ainda no dia de hoje, ocorreu uma instabilidade no sistema do Hospital Regional, o que provocou um represamento nos atendimentos.
O Estado está empenhado em ampliar a atenção aos casos de dengue. Nesta tarde foi lançado o Centro de Operações de Emergência de Arboviroses, que vai auxiliar no enfrentamento da transmissão da dengue no Estado. A partir de agora, as ações na Região da Grande Florianópolis passam a ser integradas e coordenadas. Também foram destinados, pelo governo do Estado, R$ 10 milhões para assistência dos casos de dengue para os municípios da região.
Até o momento, SC tem 3.044 casos confirmados da doença, com um óbito registrado (Florianópolis). O município de Palhoça concentra a maioria dos casos (38%), sendo que a transmissão já ocorre em nível de epidemia, ou seja, com uma elevada incidência.
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Desta forma, a SES orienta que, nos casos de menor gravidade, as famílias procurem as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que são fundamentais para o pleno funcionamento do SUS, colaborando para a diminuição das filas nas emergências dos hospitais.“
Dengue em SC
De acordo com os últimos dados coletados pelo governo de Santa Catarina, já somam 10 mil suspeitas de dengue e 3 mil confirmações em todo o Estado. Na semana passada, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) emitiu alerta para crianças e adolescentes de 0 a 19 anos que têm apresentado maior incidência e agravamento da doença — são 26,2% dos pacientes.
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A situação mais grave da alta da dengue em Santa Catarina está na Grande Florianópolis. Somente em Palhoça há cerca de 1 mil casos confirmados, mais de um terço do total de casos do Estado. A cidade já vive situação de epidemia e vem executando nas últimas semanas ações como aplicação de inseticidas nos bairros para tentar conter o problema.
Diante do agravamento da situação o governo anunciou, nesta segunda-feira, a criação de um “comitê de crise” para coordenar as ações contra a doença no Estado e vai liberar R$ 10 milhões para auxiliar os municípios.
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