Pacientes da Emergência do Hospital Florianópolis, no bairro Estreito, em Florianópolis, reclamaram de falta de atendimento, nesta quinta-feira. Às 21h, havia cerca de 30 pessoas na fila, e apenas dois médicos, sendo que um deles estava em horário de jantar. Alguns pacientes disseram estar esperando há duas horas.
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As obras do hospital, iniciadas em 2010 e ainda em andamento, agravaram as dificuldades no atendimento, segundo o chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Saúde, Fernando Luz. No dia anterior, quarta-feira, a situação foi ainda mais grave, de acordo com ele.
– Houve um problema de escala, com um dos médicos alegando problemas pessoais, e outro licença médica. À noite, havia um médico trabalhando – diz. Fernando afirma que a exigência de escala, no serviço público, é de, no mínimo, dois médicos por turno.
Suspeita de gripe A
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Márcia Adriana Dalkiranis afirmou que a filha de 16 anos entrou no hospital no dia 29 de maio, com suspeita de gripe A, mas não conseguiu faxer o exame de Raio X para verificar a possibilidade da doença.
– O médico me disse que o Raio X estava infectado. Ontem voltamos ao hospital e não conseguimos atendimento. Acabei dando para ela cem gotas de dipirona, e hoje ela está melhor – contou.
Solução para hospitais públicos
Fernando explica que a iniciativa da Secretaria da Saúde para resolver esta situação é entregar a gestão do Hospital Florianópolis a uma organização social de saúde (OSS), como incentivou o governador Raimundo Colombo como solução para os hospitais públicos.
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Ele explica que a OSS é uma administração privada, sem fins lucrativos e sustentada por recursos públicos, que seria capaz de agilizar a contratação dos médicos. Segundo Fernando, a administração pública, como é o caso do Hospital Florianópolis, não permite a contratação emergencial de substitutos, pois depende de concurso público. A contratação de efetivos também é mais demorada.
– Já a administração da OSS permite o processo seletivo, bem mais rápido – disse.
Funcionários são contra “privatização”
Os funcionários do Hospital Florianópolis, contudo, são contra a mudança de gestão para o que eles chamam de privatização. Na entrada da Emergência, uma faixa colocada pelos funcionários dizia: “Diga não à privatização”.
A chefe de enfermagem da unidade, Marta Bauer, garante, contudo, que não há ameças de paralização dos serviços da Emergência. Ela afirma que no dia 20 de junho haverá uma reunião do hospital com a Secretaria de Saúde para debater o modelo de gestão.
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