Pelo terceiro dia seguido, pacientes com sintomas de gripe têm lotado os pronto-atendimentos de saúde de Joinville. Desde o início da madrugada desta quarta-feira (5), de acordo com o município, houve uma média de 300 atendimentos em cada UPA da cidade, com tempo de espera por paciente estimado em duas horas.
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De acordo com funcionários da unidade Norte ouvidos nesta manhã pela reportagem da NSC TV, o movimento iniciou no local por volta das 4h e seguia por toda a manhã. Entre segunda-feira (3) e terça-feira (4), cerca de 1.300 pessoas já haviam buscado atendimento com febre alta, tosse e suspeita de Covid-19.
Na UPA da zona Sul, o movimento também segue intenso e filas foram registradas desde o início da noite. Uma mulher, que pediu para não se identificar, disse ter chego ao local às 10h30 e sido atendida apenas por volta das 15h de terça. Segundo ela, mesmo com sintomas de Covid, aguardava junto a outros pacientes para realizar o teste da doença.
Já na zona Leste, não havia tanta fila no início da noite de terça-feira. Segundo moradores, a movimentação foi maior no período da tarde. Mas, mesmo assim, pessoas que buscaram a unidade chegaram a aguardar de 4 a 5 horas para o atendimento. A maioria dos pacientes também relatou à NSC TV ter buscado o local com sintomas gripais, virose e até suspeita de coronavírus.
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Aumento de mais de 70% no atendimento
Segundo dados da Secretaria da Saúde de Joinville, houve um crescimento superior a 70% na procura pelas UPAs, se considerado o mesmo período do mês de dezembro. Nos últimos dias, cerca de 4 mil pessoas buscaram por atendimento.
Os demais pontos de saúde, como hospitais públicos e privados e Unidades Básicas de Saúde da Família, também registraram um aumento significativo na busca por assistência médica, principalmente para testagem de Covid-19.
Mas, apesar disso, segundo o município, há testes disponíveis em todas as unidades de saúde. O que tem acontecido, eventualmente, são casos de pessoas que não possuem recomendação médica para realizar os testes e, por isso, saem da unidade sem fazer o exame.
Também na cidade, um surto de gripe tem lotado a emergência dos hospitais Infantil Jeser Amarante e Bethesda. Em um comunicado nas redes sociais, o Bethesda destacou o fato como “situação crítica”.
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Reativação do gabinete de crise e alta nos casos de Covid
Além da demanda por atendimento, o número de casos ativos da Covid-19 também avançou de forma expressiva. Segundo dados da secretaria de Saúde, no dia 4 de dezembro de 2021, 380 pessoas estavam com a doença em Joinville. Um mês depois, são 718 pessoas positivadas. Número representa um aumento de 89% dos casos.
Neste cenário, a prefeitura de Joinville reativou o Gabinete de Crise para direcionar as ações de enfrentamento da pandemia de Covid-19 e, também, o atendimento aos casos de Influenza.
– Estamos verificando a melhor estratégia para reorganizar nossa rede de atendimento para que todos que precisam possam receber a assistência necessária, seja com vacinação, testagem ou acompanhamento -, afirma Rejane Gambin, prefeita em exercício.
Situação crítica em todo Estado
O ano começou com números altos de Covid-19 e longas filas de testagens na maioria das cidades de Santa Catarina. Nos dois últimos dias, o Estado registrou um aumento de 32,2% no número de casos ativos da doença, ao mesmo tempo que se depara com pronto-socorros lotados de pacientes.
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De acordo com o Painel do Coronavírus, do NSC Total, em apenas um dia, o número de casos ativos foi de 4.692 para 6.203. Só Florianópolis concentra cerca de 24,45% das infecções, com 1.517 casos. A Capital, inclusive, registrou um crescimento de 42% em relação à última atualização, quando eram 1.062 casos.
Além disso, a cidade tem mais do que o dobro de casos de Joinville, que aparece como o segundo munícipio com o maior número de pacientes, com 656, e mais que o quadrúplo de São José, com 365, que é a terceira cidade com a maior quantidade de casos. Ao todo, 206 cidades têm pacientes em tratamento para o vírus.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeirro, o aumento já era esperado, principalmente após o ataque hacker que atingiu os sistemas de dados do Ministério da Saúde. Porém, ele não descarta um novo crescimento nas próximas semanas devido às festas de fim de ano.
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