Paciente revoltado com a falta de médico grita com enfermeiros e quebra objeto dentro do PA Norte em Joinville

Revoltado com a falta de médico no PA Norte, no bairro Costa e Silva, em Joinville, um paciente perdeu o controle e quebrou o porta-senha da unidade que fica no balcão de atendimento. Segundo os funcionários, ao quebrar o objeto, o homem acabou machucando outro paciente. Ele também teria agredido verbalmente a equipe de enfermeiros de plantão.

De acordo com os servidores, esta é a terceira vez que falta médico na unidade nesta semana. Na tarde desta sexta-feira, havia apenas um clínico-geral para atender urgência e emergência. Os casos menos graves estavam sendo encaminhados aos outros pronto-atendimentos da cidade. O paciente que se alterou receberia a fitinha verde e também precisaria procurar outra unidade de saúde.

– Se voltar a acontecer, nossa equipe não vai mais atender hoje – desabafou um dos enfermeiros de plantão que não quis se identificar.

Após a reação do paciente, os funcionários acionaram a polícia e registram boletim de ocorrência na delegacia. Eles afirmam que a falta de médicos é recorrente na unidade e que outros casos de violência já ocorreram em função do problema.

O Conselho Municipal de Saúde foi informado sobre a falta de médicos. De acordo com os servidores, após o episódio de violência, um médico seria providenciado para dar continuidade aos atendimentos durante à tarde.

Contraponto

De acordo com o coordenador do PA Norte, Álvaro César Ricardo Júnior, o médico que faltou ao plantão nesta sexta-feira comunicou que está fazendo uma viagem. Como não se trata de caso de doença, o médico sofrerá um processo administrativo. O caso também será encaminhado ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina.

– A partir do momento que o médico está numa escala de plantão, a responsabilidade é dele – frisou.

Álvaro explicou ainda que esta foi a segunda falha na escala esta semana. A outra falta ocorreu em virtude de atestado médico.

Sobre a recorrente falta de médicos, Álvaro explica que os médicos contratados reduziram a carga horária para que o salário não ultrapasse o teto salarial do prefeito, conforme rege a lei. Porém, a falha na escala deve ser coberta com o novo concurso público.

Enquanto isso, médicos de outras unidades devem ser remanejados sempre que possível. Foi o que aconteceu na tarde deste sábado. Uma médica que atendia no PA Leste foi realocada para o PA Norte.