A jornada em uma UTI é longa e solitária para os pacientes com Covid-19. O ambiente frio, fechado e intesamente iluminado com luz artificial não traz uma sensação de tranquilidade ou aconchego. Para driblar essa situação, a equipe do Hospital Regional de Biguaçu, na Grande Florianópolis, organizou um encontro entre um paciente, que estava há 36 dias internado, com a sua família no pátio da unidade. E o melhor: à luz do dia.

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Daniel Ferreira foi o primeiro a participar da iniciativa “Luz do Dia” da unidade de saúde, que busca aproximar a família do paciente. Há 36 dias internado, ele passou por três intubações e uma traqueostomia e ainda não tem previsão para receber alta. O encontro com a mulher Marinês Alves de Souza Ferreira e com a filha Emanoela de Souza Ferreira no pátio do hospital foi sem muitas palavras, mas com muito amor.

— À medida que eu passava a mão na cabecinha dele fazendo carinho, eu sentia que ele respirava fundo e, olha, a gente queria chorar naquele momento — contou Marinês emocionada ao G1.

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O encontro ao ar livre durou cerca de 30 minutos. A filha Emanuela lembra que o pai ainda não consegue falar mas, com gestos, pediu para tirar fotos. Após mais de um mês sem ver a luz do sol, o céu tomou outras formas e ganhou ainda mais a admiração de Daniel.

— Quando a equipe médica tirou ele na maca e levou ele para fora, eu vi o quanto para ele foi impactante. Ele ficava muito admirado de ver o céu — recorda Marinês.

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Ao retornar para dentro da unidade de saúde, a enfermeira Joice Helena Petri Reitz disse que foi possível notar melhora no estado de saúde do paciente.

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— Chegando na UTI, avaliando, ele já é outro paciente mais alegre, mais feliz, mais participativo — disse.

O encontro com a família deu um gás a mais para Daniel, que continua na luta de recuperação das consequências causadas pela Covid-19. Assim como ele, outros pacientes poderão participar do projeto e rever suas famílias no pátio do hospital. 

A decisão dessa liberação é feita por uma equipe multidisciplinar da unidade de saúde, que avalia o estado clínico do paciente. Antes dos 21 dias de transmissão do vírus, o paciente não pode participar do projeto, já que ainda pode transmitir o vírus.

*Com informações do G1

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