Em pleno mês de outubro, quando é realizada a campanha Outubro Rosa para alertar sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama, uma moradora do sul da Ilha está indignada com a Prefeitura de Florianópolis. Desde 2016, Vilma Lucia Regina, de 47 anos, faz acompanhamento médico, pois tem alto risco de desenvolver um câncer e, por isso, precisa fazer ressonância magnética, pelo menos, uma vez por ano.

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Acontece que desde então ela não consegue fazer o exame por meio da Secretaria de Saúde do município. No ano passado, Vilma chegou a procurar a Justiça, mas por causa da demora, amigos e familiares fizeram uma vaquinha e arrecadaram o valor da ressonância, de R$ 1,6 mil. Mas, para este ano ela ainda não sabe como vai fazer.

Vilma consulta com uma médica mastologista na Maternidade Carmela Dutra. Foi a profissional que fez o pedido do exame em abril e depois em julho deste ano. Para marcar a ressonância, a paciente foi até o posto de saúde do bairro Armação, no sul da Ilha, onde mora, e pediu que fosse dada entrada no sistema. No entanto, a resposta sempre foi negativa.

— Me devolveram a requisição e falaram que a prefeitura ainda não tinha provedor, não tinha lugar para fazer o exame. Como eu faço acompanhamento de outros problemas de saúde no posto, sempre pergunto sobre o exame e sempre falam que ainda não tem. É muito complicado isso — diz.

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Vilma já fez três biópsias e o histórico de câncer na família aumenta muito o risco dela também desenvolver a doença. Segundo ela, os médicos já indicaram a retirada das duas mamas, mas ainda é preciso alguns laudos antes da cirurgia, pois ela também é diabética e possui outros problemas de saúde.

— Eu fico preocupada, estou correndo atrás, mas não tem o que fazer, às vezes fico meio perdida, pois o exame me deixaria mais tranquila em saber se dá para esperar mais um pouco ou se vou precisar operar logo. E não sou a única, são muitas mulheres que precisam. Por isso, fiquei indignada, a prefeitura fala sobre o Outubro Rosa, mas não oferece um exame tão importante.

O que diz a prefeitura

A Prefeitura de Florianópolis informa que o município possui convênio com três clínicas que realizam ressonância magnética de mamas e outras partes do corpo. De acordo com a assessoria de comunicação, o tempo de espera na fila varia conforma o grau de urgência informado pelo médico na requisição do exame. A espera pode ser de 15 dias, nos casos mais graves, a 100 dias.

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Questionada sobre o caso de Vilma, a prefeitura esclarece que o nome da paciente não consta na lista de espera para ressonância das mamas. De acordo com o município, como Vilma foi encaminhada pela Maternidade Carmela Dutra, ela precisa passar por um médico do posto de saúde, que vai requisitar o exame novamente e, então, dar entrada no sistema para que ela entre na fila de espera.

Onde reclamar ou tirar dúvidas

Reclamações e dúvidas relacionadas a Secretaria de Saúde de Florianópolis podem ser repassadas pela ouvidoria municipal. Os telefones são (48) 3239-1537 e 3239-1569. Também há o e-mail ouvidoria.sms@pmf.sc.gov.br ou diretamente no site do e-OUV.

Para acompanhar a posição na fila de espera para exames e consultas é só acessar o site Lista de Espera SUS.

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