O motorista parece mais tolerante com a BR-101. Mesmo nos trechos onde é exigida mais paciência, como no acesso de Laguna que está em obra, há um entendimento que se trata de uma boa causa. Acostumados a viajar pela perigosa rodovia, cenário de acidentes com tantas mortes, são os viajantes de cidades do Sul do Estado e os gaúchos que demonstram maior compreensão pelas filas que se formam nos trechos em duplicação. Para esses, a realidade é outra, com pistas acabadas e bem sinalizadas.

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Com casa na Praia do Mar Grosso, o criciumense Marcos Roberto Freitag lembra dos tempos em que chegou a pensar em vender o imóvel por causa do trânsito pesado. Mas eram os acidentes que assustavam a esposa, Maria Regina:

– Perdemos a conta dos carros virados e gente presa nas ferragens. Hoje, a estrada está muito melhor e com um pouco de paciência a gente chega são e salvo – sugere ela. O avanço da duplicação, embora trechos em Tubarão e Sombrio sejam apontados como perigosos pelos motoristas, é bem recebido:

– Fazia tempo que eu não vinha para cá, mas vejo que em termos de segurança melhorou bastante – observa Maicon Gonçalves de Jesus, que depois de 10 dias na Praia de Jurerê, em Florianópolis, retornou ontem à tarde para Caxias do Sul (RS).

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Apesar da compreensão, Maicon e os milhares de motoristas que retornaram no sentido Norte-Sul estiveram mais tempo no trecho do que previam. O trânsito foi ficando mais pesado com o passar das horas, pois muitos aproveitaram para dormir um pouco mais ou ainda tomar um banho de mar antes de encarar o asfalto.

Morro dos Cavalos, acesso de Laguna e de Sombrio foram os mais engarrafados

No começo da tarde, um acidente no quilômetro 334 da BR-101, em Laguna, foi o responsável por uma fila que chegou a seis quilômetros. Um carro com placas de Viamão (RS) foi furtado na cidade histórica catarinense e o motorista bateu em três veículos. Não houve feridos, mas a curiosidade de quem passava tornou o tráfego lento. O ladrão fugiu para o mato e a Polícia Miitar fazia buscas para localizálo. Testemunhas contaram que, além da alta velocidade, andava na contra mão.

Além do grande número de carros retornando e as obras, existe outro motivo para o trânsito ter ficado lento no traçado da rodovia que corta Laguna: cerca de 50 mil veículos passaram durante o dia pela SC-436, que une a cidade e a BR. Para evitar congestionamento na ponte sobre o canal de Laranjeiras, onde existe maquinário pesado da empresa responsável pela construção da nova ponte, a Polícia Rodoviária Federal montou uma estratégia que pareceu funcionar: patrulheiros orientavam e cobravam maior velocidade de quem estava ao volante. No local também existem placas alertando que a curiosidade compromete o tráfego. A iniciativa deve se repetir hoje, pois houve quem decidisse esperar um dia a mais para retornar.

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