Itajaí deve começar o tratamento com aplicação de ozônio via retal para pacientes diagnosticados com o novo coronavírus ainda neste mês. O investimento estimado é de R$ 50 mil. É isso que disse o prefeito Volnei Morastoni (MDB) em entrevista à NSC TV nesta sexta-feira (7). O chefe do Executivo itajaiense destacou que o município aguarda o aval do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) — o que deve ocorrer “até segunda ou terça-feira da próxima semana” — para iniciar a montagem da estrutura para o trabalho.
Continua depois da publicidade
> Receba notícias do Vale do Itajaí e de SC por WhatsApp. Clique aqui e entre no grupo do Santa
Volnei Morastoni voltou a defender a ozonioterapia, a chamou de “santo remédio”, e argumentou que o tratamento que será feito em Itajaí é experimental, em caráter de pesquisa. O prefeito disse que um número limitado de pacientes — 146 ao total — será selecionado para participar do projeto. Eles serão incluídos, segundo Morastoni, “dentro de um critério muito rigoroso, na pesquisa” e “não é qualquer um que vai poder receber a aplicação”.
— Sonho que muitos e muitos municípios brasileiros participem [do projeto da ozonioterapia], para que nós possamos no final dar essa comprovação científica que tanto se pede. É isso que foi proposto. O ozônio, eu posso dizer, é um santo remédio e quem conhece e estuda, vê os milagres causados por ele. São tratadas mais de 150 doenças — defende Morastoni.
“Não estamos inventando nada”
Segundo o prefeito de Itajaí, clínicas particulares já fazem o tratamento com ozonioterapia. O objetivo da prefeitura é possibilitar que pessoas que precisam de atendimento na rede pública de saúde também possam ter acesso a esse método:
Continua depois da publicidade
> Aplicação de ozônio retal em Itajaí para tratar coronavírus vira piada no Twitter
— Não estamos inventando nada aqui. Não é uma proposta criada por Itajaí. Nós nos inscrevemos e estamos participando de um protocolo nacional, aprovado pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa. É algo oficial, legítimo, legal, e permitido inclusive pelo Conselho Federal de Medicina. Nos consultórios particulares as pessoas com Covid-19 já estão sendo tratadas com ozônio, por que não podemos dar essa possibilidade para a população atendida pelo SUS, aos mais pobres?
“Vou provar”
Por fim, Morastoni questionou o Conselho Federal de Medicina (CFM), disse que o órgão “precisa se atualizar” e garantiu que em países desenvolvidos como Alemanha, Inglaterra e Itália a ozonioterapia já é difundida e utilizada para o tratamento de doenças. Ainda sobre os métodos alternativos para a Covid-19, o prefeito de Itajaí apontou que a cidade teve diminuição do número de mortes após a distribuição da ivermectina à população.
— Vou provar que a ivermectina diminuiu o número de óbitos. Nós tivemos algum aumento aqui em Itajaí porque coincidiu com essa avalanche [de mortes] que teve em SC, com a onda da Covid-19. Mas desde o momento em que comecei a dar ivermectina até hoje, quase um mês, tivemos 60 óbitos. Desses, 90% foram de pessoas que não tomaram o remédio. Vamos provar — ressalta Morastoni.
Ironia de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro fez piada com a iniciativa da prefeitura de Itajaí em participar de um tratamento experimental que aplica ozônio via retal em pacientes com coronavírus. Em vídeo gravado no jardim do Palácio da Alvorada, em Brasília, Bolsonaro surge diante de apoiadores e, ao ouvir que um deles é de Santa Catarina, ri e diz que “está preocupado” com o Estado.
Continua depois da publicidade
Opiniões sobre o tema
Os colunistas do Santa e do Diário Catarinense avaliaram essa proposta de tratamento com ozonioterapia, sugerida por Itajaí. Confira:
> Evandro de Assis: “Prefeito de Itajaí é médico, mas age como benzedeiro no combate ao coronavírus”
Continua depois da publicidade