A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a produção de dois medicamentos à base de liraglutida, princípio ativo semelhante ao do Ozempic, no Brasil. A farmacêutica EMS obteve a autorização após cerca de dois anos de espera. A agência publicou a liberação em Diário Oficial nesta segunda-feira (23).
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Serão dois medicamentos. O Lirux deve ser indicado para o tratamento de diabetes, e o Olire, para tratar obesidade. Os medicamentos, segundo a farmacêutica, já estão sendo fabricados em fase piloto e partir de março de 2025, a produção deve chegar a 40 milhões de unidades. Todas as fases da fabricação devem ser feitas no Brasil, com tecnologia nacional.
A substância base dos medicamentos, a liraglutida, auxilia no controle crônico de peso em associação a uma dieta baixa em calorias e ao aumento de exercícios físicos.
Atualmente, o Ozempic ou medicamentos similares não são fabricados no Brasil, o que encarece a medicação e torna o acesso mais limitado. Similares, como o Wegovy e Mounjaro, se tornaram cada vez mais populares. Eles são produzidos com a semaglutida como base, para o tratamento de diabetes tipo 2. É indicada também para pacientes com obesidade de grau 1, 2 ou 3 que tentaram perder peso sem sucesso com mudanças nos hábitos de vida, atividade física e dieta.
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O uso de qualquer medicação, no entanto, deve ter acompanhamento médico, já que tanto a obesidade quanto a diabetes são condições crônicas, cujo tratamento também deve ser contínuo.
Como a liraglutida age no corpo
A liraglutida é uma espécie de “prima” da semaglutida, substância usada no Ozempic e no Wegovy. Eles são análogos, ou seja, muito parecidos, ao hormônio GLP-1, e atuam na redução do apetite, dando a sensação de saciedade.
O hormônio é produzido pelo corpo humano, principalmente pelas células do intestino, e levado até o cérebro. O GLP-1, no entanto, tem um tempo de vida curto, já que a DPP4, uma enzima produzida pelo nosso organismo, acaba rápido com o efeito do hormônio, fazendo com que logo tenhamos fome novamente.
É aí que os medicamentos, como a semaglutida e liraglutida, entram em ação. Eles são resistentes à ação da enzima DPP4, fazendo com que os análogos durem mais tempo no organismo, auxiliando na perda de peso e no controle da diabetes.
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Como o apetite fica reduzido, com mais sensação de saciedade, é preciso fazer acompanhamento e tratamento contínuo, com mudanças de estilo de vida (alimentação, exercício físico, sono de qualidade).
*Com informações do g1.
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