A ONG internacional Oxfam urgiu nesta quarta-feira que a América Central adote ações a curto, médio e longo prazo para atender milhões de pessoas afetadas por secas anuais recorrentes, que afetam principalmente famílias pobres da Guatemala, El Salvador e Honduras.

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“Não é possível que estejamos na mesma situação ano após ano. A seca tem causas estruturais e requer soluções a longo prazo, é o desafio de combinar a resposta imediata de curto prazo com soluções duradouras”, disse a jornalistas o britânico Simon Ticehurst, diretor da Oxfam para a América Latina e o Caribe.

De acordo com a organização, cerca de 4 milhões de pessoas da região centro-americana sofrem as consequências de uma seca intensificada pelo fenômeno El Niño. Os países do Triângulo Norte (El Salvador, Guatemala e Honduras) são os mais afetados, com 3,5 milhões de pessoas.

A Oxfam propõe que se dê atenção imediata à entrega de alimentos em períodos críticos devido à perda de colheitas, e que se realize transferências monetárias. A longo prazo, a ONG planeja promover a adaptação das comunidades à escassez ou ao excesso de chuva.

Ticehurst acrescentou que é necessário mobilizar mais recursos, tanto a nível local como através da cooperação internacional para combater os efeitos da seca, que requer cerca de 294 milhões de dólares para atender os afetados centro-americanos neste ano.

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“Quando ocorre um terremoto, todo mundo fica sabendo e nos ligam de Hong Kong para saber como podem ajudar. Mas essa crise da seca, que é silenciosa e lenta, não tem a mesma dimensão”, apontou.

A Oxfam e outras entidades realizaram na capital da Guatemala um fórum sobre os riscos da seca, com a intenção de que organizações sociais e governamentais unifiquem ações para combater o problema, acelerado pelas mudanças climáticas.

* AFP