Eleita, ouvimos da presidente Dilma Rousseff um discurso ressaltando a necessidade do diálogo e do entendimento. Ela afirmou estar mais madura e mais consciente dos reais problemas do Brasil, da necessidade de mudança. O discurso foi uma “profissão de fé”.

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Entretanto, saímos desta eleição tensos, emocionalmente abalados e muito preocupados com o futuro. É difícil afirmar qual das mudanças é a mais prioritária. Poderíamos dizer que a reforma política é a mãe de todas as coisas. Outros dirão, com razão, que devemos primeiro unir novamente o país. Em seguida, a discussão seria em torno da reforma tributária e fiscal. A mudança do sistema federativo também é vital para a descentralização do poder.

Analisando por outro ângulo, a mudança da política econômica engloba muito do que foi listado anteriormente. Não podemos esquecer ainda da reforma trabalhista. A CLT incentiva a rotatividade dos recursos humanos e a baixa produtividade. A atual legislação, ao quase preestabelecer a culpa do contratante, conspira contra o emprego e o investimento. Para piorar, a diferença da forma da fiscalização entre o Brasil e o resto do mundo é abissal, tornando a relação capital e trabalho cada vez mais complexa e imprevisível.

Mudança, presidente, significa, e muito, seriedade no trato do dinheiro público, em todos os níveis. Mudança significa o claro entendimento da necessidade de uma moderna política de educação, começando na infância.

Quanto mais tempo a senhora demorar a implantar estas mudanças, mais os desafios aumentam, mais complexo fica o cenário, mais a nação e a sociedade tendem a se desiludir. E precisamos voltar a ter confiança no amanhã, para investir, crescer e consumir.

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Todos nós gostaríamos de poder acreditar que o seu discurso no dia 26 de outubro não foi somente “uma profissão de fé”, mas que signifique passos concretos para enfrentar os desafios. Estes próximos passos serão a base da construção do otimismo ou da frustração.