O secretário geral da Otan, Jens Stoltenberg, defendeu nesta quinta-feira (7) um aumento anual de 3,82% dos gastos militares dos aliados dos Estados Unidos na Aliança, uma prioridade para Washington que será abordada durante a cúpula de julho em Bruxelas.

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“Pelo quarto ano consecutivo há um aumento real do gasto de defesa entre os aliados europeus da Otan e o Canadá”, tuitou Stoltenberg ao fim de uma reunião de ministros da Defesa em Bruxelas, para preparar a cúpula de presidentes em 11 e 12 de julho na nova sede da Aliança Atlântica.

As “primeiras cifras para 2018” registram um aumento de3,82%, menor que os 5,21% registrados em 2017, mas superior aos 3,14% e 1,83% dos anos anteriores, segundo cifras da organização transatlântica, que não apresentou as porcentagens por países.

A questão do gasto militar é prioritária para os sucessivos governos americanos, e os EUA com arcam dois terços do total da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

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Sob pressão dos Estados Unidos, os aliados se comprometeram na cúpula de Gales de 2014 a aproximar seu gasto militar a 2% do PIB nacional para 2024, e deter os cortes em suas partidas de defesa, efetuadas em plena crise econômica.

Embora o aumento do gasto em defesa dos aliados seja uma reclamação constante das diferentes administrações americanas, com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, Washington intensificou sua pressão sobre seus aliados, especialmente sobre a Alemanha.

Quatro países da ex-órbita soviética – Romênia, Polônia, Letônia e Lituânia – poderiam estar no grupo dos 2% este ano.

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A chegada de Donald Trump à Casa Branca em 2017 supôs uma nova mudança a essa meta e aumentou a pressão, especialmente sobre a Alemanha. “Trata-se de um assunto importante e o presidente Trump exerce uma pressão muito forte”, confessou um alto diplomata.

Em 2017, somente quatro países cumpriram a meta: Estônia, Grécia e Reino Unido, assim como Estados Unidos, cujo gasto representa dois terços do total da Otan.

Apesar do menor avanço em 2018, Stoltenberg defendeu que os aumentos continuam, que o dado pode ser superior no final do ano e que, desde 2015, o investimento acumulado dos 27 aliados europeus e do Canadá foi de 87,3 bilhões de dólares.

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“O presidente Trump acolheu com satisfação esses números, porque realmente reconheceu que se trata de um avanço, que é mais dinheiro para a defesa em a toda Europa e no Canadá”, disse o chefe da Aliança em coletiva de imprensa.

A Alemanha, principal alvo das críticas do presidente dos Estados Unidos por sua contribuição à OTAN, realizará fará um aumento de 80% de seu gasto militar entre 2014 e 2024, afirmou a ministra de Defesa, Ursula Von der Leyen.

* AFP