Mais de mil soldados russos combatem em território ucraniano atualmente, informou, nesta quinta-feira, o dirigente militar da Otan, Nico Tak, que classificou a situação de muito preocupante.

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– Eles dão apoio aos separatistas e lutam junto a eles contra as forças armadas ucranianas – afirmou Tak durante uma coletiva de imprensa no centro de comando das forças aliadas na Europa (Shape) em Mons (oeste da Bélgica).

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Segundo ele, estes soldados, que muitas vezes não usam insígnias, são reconhecíveis pela sua conduta de “militar profissional”.

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– Eles operam equipamentos sofisticados, aconselham os separatistas e os soldados avançam até 40 ou 50 km em território ucraniano – descreve o oficial.

O ministério russo da Defesa negou as acusações de que teria enviado tropas para combater ao lado dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia. O porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, declarou às agências de notícias russas que “tal informação não tem relação com a realidade” e que as unidades militares que, segundo os Estados Unidos, cruzaram a fronteira, estão realizando “exercícios táticos fora desta zona”.

Ucrânia pediu ajuda militar

O embaixador da Ucrânia na União Europeia (UE), Konstiantyn Eliseyev, pediu a Bruxelas “ajuda militar de envergadura” diante da “não dissimulada invasão militar”.

– Pedimos uma sessão extraordinária do Conselho Europeu no dia 30 de agosto sobre a Ucrânia (…). Basta de conivência e de apaziguamento do agressor. A solidariedade deve se materializar com sanções significativas e com uma ajuda militar e técnica de envergadura – declarou Eliseyev, segundo a página do Facebook da embaixada ucraniana ante a UE.

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Separatista afirma que soldados russos de férias se uniram a eles

Foto: FRANCISCO LEONG / AFP

Um líder dos separatistas admitiu na quarta-feira que soldados russos lutam junto com eles:

– Se uniram a nós muitos soldados russos que preferem não passar suas férias na praia, mas nas fileiras com seus irmãos lutando pela liberdade do Donbass – disse Alexander Zajarchenko, primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk, em um comunicado publicado na internet.

Os combates entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia deixaram mais de 2.200 mortos desde meados de abril, a metade deles no último mês, segundo a ONU.

Na Rússia, a imprensa da oposição informou sobre os funerais silenciados de dois paraquedistas de elite, sugerindo que haviam morrido em combate na Ucrânia. O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, afirmou que estas informações estão sendo verificadas. Segundo uma associação de mães de soldados russos, 400 homens morreram ou ficaram feridos na Ucrânia.

*AFP