O Banco Central (BC) considera como fator de risco para a inflação as oscilações recentes e a tendência de alta do dólar. A informação está no Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira.

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“O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) destaca como fator de risco a maior volatilidade e a tendência de apreciação do dólar dos Estados Unidos”, diz o relatório.

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Entretanto, o BC pondera que evidências a apontam a hipótese de redução da influência do aumento da cotação do dólar na inflação. Além disso, o relatório avalia que esse repasse tende a ser suavizado pelo ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic. O Banco Central elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual em abril, e intensificou o ajuste em maio, quando os juros básicos subiram 0,5 ponto percentual para 8% ao ano. A Selic é usada como instrumento para calibrar a inflação, em alta no país. A previsão do BC é que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerre este ano em 6%. Recentemente, o governo adotou uma série de medidas para conter a alta do dólar.

Leilões de venda de dólares no mercado futuro para suavizar a alta da moeda têm sido realizados pela instituição. No relatório, o BC também destaca que uma fonte relevante de risco para a inflação está nas expectativas de mais alta dos preços. Segundo o documento, há uma perspectiva mais ampla da percepção da inflação pelas famílias, empresas e outros agentes da economia.

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“Em parte, essa piora no sentimento de famílias e firmas se deve à ocorrência de aumentos de preços em segmentos com grande visibilidade, como alimentos, combustíveis e tarifas públicas”, diz o Relatório de Inflação.