Histórias manchadas de sangue, espionagem, traição, gravidez indesejada, mal de Alzheimer – os finalistas da 80ª cerimônia de entrega do Oscar que ocorre na noite deste domingo privilegiam o lado obscuro da alma humana.
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A vitória de Os Infiltrados como melhor filme no ano passado parece ter aberto uma trincheira que ainda continua escavada.
– Este será o segundo ano consecutivo em que o ganhador da estatueta de melhor filme estará apontando uma arma, pronto para ferir – comentou o especialista Tom O’Neil, em entrevista à agência France Presse.
A referência se encaixa bem em “Onde os Fracos Não Têm Vez“, dos irmãos Joel e Ethan Coen. Baseado no romance de Cormac McCarthy, o filme reflete sobre a crise de valores que marca a atual sociedade americana a partir da história de uma violenta corrida atrás de uma mala recheada de dinheiro.
O filme ainda coloca a dupla de irmãos em uma rara situação: a de indicada em quatro categorias que, se vencidas, a colocará em um panteão exclusivo. Outra deverá ser a própria cerimônia, ameaçada dias atrás pela greve dos roteiristas, que deixou uma dívida avaliada em R$ 2,5 bilhões para a cidade de Los Angeles.
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O humorista Jon Stewart deverá comandar novamente a festa com a promessa de mais uma vez não poupar o presidente George W. Bush e a Guerra do Iraque, uma tentativa de garantir a atenção da platéia internacional (cerca de cem países acompanharão a cerimônia ao vivo).
– Ele foi um apresentador espetacular em 2006 – comentou, à France Presse, Gil Gates, produtor da cerimônia.
– Ele é inteligente, rápido, divertido. Que mais poderíamos esperar?.
Já os discursos de agradecimento continuam uma incógnita. Espera-se que não se repitam, por exemplo, momentos constrangedores como o protagonizado recentemente pela veterana atriz britânica Julie Christie que, ao festejar o prêmio recebido na cerimônia do sindicato dos atores, pediu desculpas caso se esquecesse de citar alguém.