O ministro Augusto Nardes esteve nesta terça-feira em Florianópolis – em evento que reuniu gestores de municípios do Estado para discutir temas como licitações, contratos e convênios e falou ao Diário Catarinense sobre a decisão de reduzir o preço do pedágio da BR-101.
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Augusto Nardes diz que a ANTT favoreceu a concessionária da BR-101, e que se as determinações do tribunal não forem cumpridas no prazo determinado os gestores da agência serão penalizados.
Leia abaixo a entrevista com o ministro:
Diário Catarinense – A ANTT foi conivente com os atrasos das obras previstas no contrato de concessão?
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Augusto Nardes – Cabe à agência fazer a fiscalização do serviço prestado, acontece que ela não fez as cobranças que deveria. A auditoria do tribunal mostra reajustes indevidos de tarifa e que prazos foram prorrogados sem justificativa alguma. Então não está se cumprindo o papel de proteger a sociedade. A Agência Nacional de Transporte Terrestre beneficiou a concessionária. E é justamente isso que caracteriza o desequilíbrio em favor da empresa. Ou seja, a concessionária está cobrando pedágio, mas os trabalhos de melhorias não foram feitos.
DC – Quais os prejuízos sofridos pelos usuários da rodovia?
Nardes – Os únicos penalizados até agora são os usuários, que perdem horas nos engarrafamentos e também têm prejuízos com acidentes – principalmente nos trechos da Grande Florianópolis e entre Itapema e Navegantes. O contrato determina providências para aumentar o fluxo onde existem os gargalos, mas até agora ANTT e a empresa não apresentaram uma solução para diminuir os engarrafamentos. São esses gargalos que emperram o desenvolvimento. Os custos para a economia são imensos.
DC – O que acontece se as determinações do TCU não forem cumpridas no prazo determinado no documento?
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Nardes – A partir de agora nós vamos monitorar. Foi dado prazo para que a ANTT tome as providências determinadas pelo TCU. Caso as providências não sejam tomadas, os gestores da agência serão punidos. A lei prevê aplicação de multa.