Os SkRoTeS

Escroto | s. m. | adj. s. m. | adj. | 1. Tipo de saco em que estão contidos os testículos. 2. Que é imoral. 3. Malfeito, ordinário, grosseiro, vagabundo. Apesar do nome, Os Skrotes não têm um par de integrantes. Em 2009, três caras crescidos em Santa Catarina decidiram fazer um som de instrumentos & experimentos, “sem estar enquadrado em nenhum estilo ou mercado”.

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– Skrotes veio do dono do bar em que a gente tocava, porque no início não tínhamos nome – contou o tecladista Igor de Patta, emendando a explicação com um “… que sacanagem!”. A pira deu certo, e hoje eles fazem parte de programações de eventos como Psicodália, Festival PIB (Produto Instrumental Bruto) e Sesc Música, que começa no final de junho e pelo qual tocarão em 26 cidades do Estado, numa tour de 35 dias. O som dos feras, uma miscelânea de várias referências, é tão massa que soa como um aviso: Skrotes é instrumental, mas não é pé no saco.

Premiliminares

A relação em comum com a música vem dos anos 90. Cada um teve uma iniciação musical diferente. Igor estudou piano clássico desde os seis anos, influenciado – leia-se obrigado – pelo pai, que exigia que ele o acompanhasse nas óperas que gostava de cantar. Guilherme Leddoux (bateria) vem de uma família musical, iniciou com o violino, mas decidiu ser baterista. Já Chico Abreu (baixo) começou a tocar um pouco mais tarde, inspirado por bandas como Iron Maiden, Metallica, Nirvana, Ramones e Raimundos.

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Referências

O punk rock foi um dos motivos que fez todos os integrantes se interessarem por música. Mesmo depois de adquirirmos mais linguagem e conhecimento, ainda apreciamos a simplicidade, a pegada e a atitude punk. Ramones!

Música marcante

Arco da Véia – foi o nosso primeiro tema composto, depois de um período fazendo releituras e aprendendo a tocar juntos. É o primogênito, o começo de tudo.

Show inesquecível

Raimundos, Ramones e Sepultura, em 1994, na Santur de Balneário Camboriú. Foi a única oportunidade de ver os Ramones em Santa Catarina, Sepultura com a formação clássica e Raimundos pervertendo e despontando no cenário brasileiro.

Para assistir

The Song Project, do John Zorn. Um show perfeito, um time de músicos de primeira, como Mike Patton, Marc Ribot, John Medeski, Trevor Dunn, Kenny Wollesen, Cyro Baptista, Joey Baron, Ikue Mori e Jamie Saft. Os arranjos são muitas vezes improváveis, com muitas nuances e dinâmica perfeita.

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Não pode faltar

Para curtir a ressaca: Rachmaninoff, Chopin, Mondo Cane ou Tom Jobim

Uma boa para ouvir enquanto destrói coisas: I?m Broken, Pantera

Aquela bem “skrota”: Papai já Deu o **, Ambervisions

Trilha sonora para a subversão: Mr. Bungle e Petit Mort

Não pode morrer enquanto não ouvir: Skrotes e muito Ramones