Assim como em todas as situações que envolvem o convívio entre pessoas, as relações entre colegas de trabalho também estão sujeitas a erros, desvios e acertos.
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Ao refletir sobre o asssunto, a presidente da Associação Nacional de Filósofos Clínicos e diretora do Instituto de Filosofia Clínica de São Paulo (Interseção), Mônica Aiub, observa como atuam os sete pecados capitais nas situações no mundo organizacional. Soberba, vaidade, preguiça, luxúria, inveja, ira e gula podem causar impactos positivos e negativos na carreira de qualquer profissional. É preciso identificar cada um desses sentimentos e achar o meio-termo para driblá-los (ou encará-los):
– É muito importante você saber ler a situação para saber se portar. Porque, se você cria um discurso que é o mesmo para todos os casos, isso vai ser totalmente desequilibrado, já que não há uma regra para lidar com os conflitos.
Em palestra hoje, durante o Congregarh, Mônica promete aprofundar o tema. Promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Rio Grande do Sul (ABRH-RS), o evento, que debate a importância das pessoas no futuro das organizações, será realizado até amanhã no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), na Capital.
Onde os profissionais mais erram
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Soberba
:: Pecado: o profissional precisa vender a sua imagem. Porém, há quem faça um marketing exagerado de si mesmo, se coloque em primeiro plano e só valorize o
próprio trabalho.
::Equilíbrio: a modéstia é forma de valorização do outro. É necessário dar crédito ao colega. Lembrar que o trabalho em uma empresa é coletivo e que todos são igualmente importantes dentro dessa estrutura.
Vaidade
:: Pecado: a vaidade aparece quando o profissional acredita que a sua atividade
é a mais importante dentro de uma empresa. Por achar que ninguém faz as coisas como ele, esse indivíduo não costuma delegar funções e acaba sobrecarregado. Isso
faz com que não enxergue o outro e, consequentemente, não tenha parâmetros
para fazer uma análise do seu próprio desempenho.
:: Equilíbrio: enxergar e valorizar o trabalho do outro. Não fazer nada que ultrapasse as suas competências e aprender que em uma empresa todas as funções são fundamentais.
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Preguiça
:: Pecado: cabe preguiça no contexto empresarial? Em princípio, não. Entretanto, fazer um intervalo entre as atividades e dar-se ao direito do descanso é fundamental para produzir com mais qualidade.
:: Equilíbrio: medir o seu coeficiente de felicidade, não de produção. Não entrar no processo de produção sem levar em conta o percurso. Permitir-se encontrar prazer no que faz.
Luxúria
:: Pecado: aqui pode-se citar o conhecido “teste do sofá”, que inclui assédio sexual e moral. Situações como essa são prejudiciais para a organização, porque não levam em conta a competência para realizar determinado trabalho, e nem sempre os mais qualificados são promovidos.
:: Equilíbrio: nesse caso, não é possível exigir a negação da libido entre pessoas que, por natureza, são sexuadas. Deve haver, sim, uma sobreposição do coletivo ao individual, sem esquecer que o prazer é natural e necessário.
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Inveja
:: Pecado: vai desde a desmotivação diante da conquista de um colega até a vontade de impedir que a promoção de outro aconteça.
:: Equilíbrio: lembrar que, dentro de uma organização, quando um ganha, todos ganham. Olhar para si, em comparação com o outro, e perguntar-se o que falta para chegar ao mesmo patamar dele.
Ira
:: Pecado: a raiva pode vir seguida de ataques violentos. Isso gera mal-estar e faz com que o profissional que se descontrola perca a razão.
:: Equilíbrio: há situações profissionais em que é preciso ser agressivo, até imperativo. Mas não se deve deixar-se levar pelo momento. O melhor é deixar a situação acalmar e canalizar a fúria para uma atitude positiva.
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Gula
:: Pecado: relações profissionais envolvem comer e beber. São almoços, coquetéis, festas de confraternizações. Por outro lado, há uma exigência de as pessoas serem
magras, elegantes e saudáveis.
:: Equilíbrio: faça um lanchinho em casa antes de se dirigir a um evento. É preciso pensar no quanto se precisa para suprir suas necessidades e não ultrapassar.
Fonte: Mônica Aiub, presidente da Interseção