Um clássico de 91 anos é permeado de polêmicas e grandes reviravoltas, mas alguns momentos são tão importantes que acabam aumentando a rivalidade entre Avaí e Figueirense. A partida de hoje, às 22h, na Ressacada, pode ser uma delas. No clássico 407, os rivais de Florianópolis brigam por uma vaga na terceira fase da Copa do Brasil.
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Há 16 anos, os clubes disputaram na mesma competição o “clássico do século” em referência ao fim do século XX e a grande importância do jogo, à época inédito. Nessa o Leão levou a melhor e conseguiu se classificar, os alvinegros nunca esqueceram essa derrota.
Furacão no embalo, Leão em treinamento
O confronto deste ano é bem diferente. Os times se preparam para encarar uma Série A do Brasileirão – algo que parecia muito distante em 1999 – e chegam em dois momentos distintos. O Furacão acabou de sair da final do Campeonato Catarinense e através dos tribunais ainda luta pelo título. Já o Leão se apresenta descansado e sem ritmo de jogo, mas preparado após uma intertemporada em Águas Mornas, com a apresentação de vários atletas novos.
O Furacão também contratou, mas o time que enfrentará o Leão é praticamente o mesmo das finais do Estadual. Ainda sem Rafael Bastos, o grande nome do Alvinegro é o atacante Clayton, que profissionalmente ainda não marcou em clássicos.
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Quem está acostumado com a maior rivalidade de Santa Catarina é o capitão avaiano Marquinhos. Ele disputará seu 16º clássico e busca a sexta vitória sobre o Furacão. Afinal uma derrota hoje por dois gols ou mais desclassifica o Leão, sem precisa ter clássico na semana que vem.
1 – O primeiro clássico
A rivalidade entre Avaí e Figueirense começou antes mesmo do primeiro jogo – no dia 13 de abril de 1924. No dia 28 de março, José Silva, Delgidio Dutra Filho, Waldemar Alves, Mambrini Filho, Carlos Pires, Acciolly Vieira, Abelardo Pinto Monteiros e Enéas Noronha foram os primeiros a deixar o Furacão para atuar no rival, insatisfeitos com o Alvinegro. Em campo, o Leão dominou o jogo e chegou facilmente aos 3 a 0. Porém, os torcedores do Avaí não imaginariam que o Furacão teria força para conseguir a virada.
A primeira polêmica dos clássicos aconteceu quando o árbitro João Bonício Cabral marcou pênalti para o Figueirense, que converteu e começou ali sua reação. De escanteio saiu o segundo gol e uma jogada de toque de bola empatou a partida. O Avaí só tentava se defender quando, quase no fim da partida, o Maneca marcou o gol da vitória alvinegra. Irritados com a marcação do pênalti, os atletas avaianos deixaram o gramado faltando ainda quatro minutos para o fim da partida.
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Pela primeira vez Santa Catarina teria um representante no Campeonato Brasileiro. Campeão catarinense de 1972, o Figueirense se sentia no direito de ser o time de SC no Brasileirão. Porém, o Avaí, apoiado pelo presidente da FCF da época, José Elias Giuliari, dizia ter o melhor time para a disputa. Depois de muita polêmica, a CBD definiu que a vaga seria decidida no campo. No primeiro jogo, Tião Marino marcou para o Furacão e garantiu a vitória por 1 a 0. Na segunda partida, o Alvinegro segurou o empate por 0 a 0 e ficou com a vaga no Nacional. 3

O sucesso de um puxou o outro. Foi assim quando o Avaí foi campeão da Série C em 1998, impulsionando a organização alvinegra em busca de uma vaga nacional. Depois, quando o Figueirense conquistou o acesso à Série A e ficou sete anos seguidos na elite, o Leão procurou incessantemente o acesso, conquistando em 2008 no mesmo ano que o Furacão foi rebaixado.

O “Clássico do Século” foi disputado em 1999, quando os rivais se encontraram pela primeira vez na Copa do Brasil. O duelo caseiro definiu qual equipe de Florianópolis seguiria para a segunda fase. A primeira partida foi no Orlando Scarpelli. O Leão venceu por 2 a 1 e poderia ter eliminado o jogo de volta, porém, não aproveitou o bom momento na partida. Na volta, na Ressacada, o empate por 0 a 0 garantiu a vaga para o Avaí.
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Em março de 2008, o Avaí ganhou do Figueira no Orlando Scarpelli por 2 a 0 – gols de Fabrício e Bebeto. Na comemoração, Marquinhos fez a dança do créu – famosa na época. O lance incendiou o jogo e terminou em supapos entre os jogadores. Porém, a dancinha ficou famosa e até hoje é usada, dos dois lados, pelas torcidas.

Depois de ser eliminado pelo Avaí na Copa do Brasil, o Figueirense deu o troco no Leão no Catarinense de 1999. Na final, o Alvinegro venceu no Scarpelli e ficou com a taça. Porém, um lance entrou para a história. Aos cinco minutos do segundo tempo da prorrogação, o avaiano Grizzo cobrou uma falta para Adílson marcar na sobra. Porém, o então assistente Paulo Henrique de Godoi Bezerra marcou impedimento.
Treze anos depois, os clubes se reencontraram na decisão do Estadual. O Furacão era o favorito, mas o time do técnico Hemerson Maria foi melhor e venceu os dois jogos, levantando a taça no campo alvinegro.
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Em 2013, o Avaí estava no G-4 da Série B e a poucas vitórias do acesso. Quase desclassificado, o Figueirense foi à Ressacada jogar por uma vitória que desse moral ao elenco, mas conseguiu muito mais. O Furacão marcou quatro gols no primeiro tempo, venceu o jogo e fez festa no estádio adversário. Ali não perdeu mais e em uma arrancada incrível conquistou o acesso, ficando com a vaga do Leão, que depois da derrota não conseguiu reagir.
FICHA TÉCNICA
AVAÍ
Vagner; Pablo, Antonio Carlos, Jeci e Eltinho; Renan, Eduardo Neto, Renan Oliveira e Marquinhos; André Lima e Anderson Lopes.
Técnico: Gilson Kleina
FIGUEIRENSE
Alex Santana; Fabinho, Marquinhos, Thiago Heleno e Marquinhos Pedroso; Paulo Roberto, França, Dener; Clayton, Marcão e Dudu.
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Técnico: Argel Fucks
Horário: 22h
Local: Estádio da Ressacada
Arbitragem: Rodrigo D’Alonso Ferreira, auxiliado por Neuza Ines Back e Helton Nunes