O termo “nuvem computacional” provoca dúvidas em muita gente, ainda que provavelmente eles utilizem o modelo todos os dias e de forma gratuita. A conta do Gmail, que organiza todas as conversas pelo endereço eletrônico, ou o serviço dropbox, que armazena e compartilha as fotos com os usuários autorizados, são exemplos de ferramentas que guardam as informações pessoais e, independente do local em que as acesse, estarão à disposição com alguns cliques.
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Isso é o modelo de nuvem computacional: acessar dados, aplicativos e arquivos por meio de uma rede com internet, mesmo que eles não estejam instalados no seu aparelho eletrônico e que você não saiba de quais servidores físicos eles foram disponibilizados. Até sexta-feira, representantes das empresas Microsoft, Nokia e Amazon e professores de universidades do Reino Unido, Canadá e da Alemanha participam da Semana de Atividades da Computação da UFSC (Seccom), cujo tema central das discussões é a cloud computing. Haverá minicursos, painéis e palestras abertos ao público.
Carlos Westphall, professor do departamento de Informática e Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), dá um exemplo prático de como o cloud computing, como o modelo é conhecido em inglês, reduz o espaço físico ocupado pelas máquinas, principalmente dentro das grandes instituições, além de permitir mais capacidade de processamento e armazenamento de dados _ duas grandes vantagens do modelo.
O Núcleo de Processamento de Dados (NPD) da UFSC tinha 170 computadores físicos, que ocupavam muito espaço e, em época de divulgação do resultado do vestibular, quando muita gente acessava a página da universidade, as máquinas travavam e o sistema saía do ar. Agora, o NPD é formado por um datacenter com 20 computadores físicos, conectados com mais de 500 servidores virtuais, que disponibilizam memória suficiente para dar conta do número de acessos no site da universidade. O resultado é mais velocidade e menos desespero dos vestibulandos no final do ano.
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A utilização da nuvem computacional pode render uma boa economia de espaço físico e de dinheiro para pequenos empresários. Em vez de investir em vários computadores para a sede da empresa, eles podem diminuir o número de máquinas e comprar, mundo afora, espaço em servidores virtuais. Pagando US$ 15 – cerca de R$ 30 – por mês para alugar um servidor virtual da Amazon, empresa norte-americana, uma máquina é suficiente para oferecer serviços aos clientes.
– O grande benefício para as indústrias e empresas é, em vez de comprar mais recursos computacionais e investir em local físico, elas pagam servidores por uma nuvem e economizam 90% do dinheiro que teriam de investir no negócio – explica o professor Carlos Westphall.
O que o modelo ainda não conseguiu garantir é a segurança dos dados pessoais disponíveis na nuvem, que é a internet. Pode acontecer de empresas ficarem horas sem acessar as informações que armazenaram nos servidores virtuais porque o datacenter aqui do Brasil ou da Austrália foi atacado por vírus.
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– O usuário tem de analisar o acordo de nível de serviço com a empresa fornecedora dos servidores. Quando se usa serviços pagos de nuvem, define-se a quantidade de processamento, de memória e contrata-se a criptografia dos dados que lá ficarão armazenados. Se o serviço é gratuito, o risco é maior – afirma.