No verão, os estúdios de tatuagem têm um aumento médio de 30% na demanda pelo serviço. Apesar do apelo estético, há muita desinformação com relação aos riscos associados a essa prática. A propagação de infecções pelo uso de agulhas não esterilizadas é o principal deles, mas ainda há contestações com relação às tintas de pigmentação utilizadas, que podem causar desde alergias a granulomas (espécie de inflamação na pele). Pacientes tatuados submetidos ao exame de ressonância magnética também podem ter complicações.

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Tintas e corantes eram registrados como cosméticos e/ou aditivos de cor pelas agências reguladoras, que priorizavam outras questões de saúde devido à falta de evidências relativas a problemas de segurança. A necessidade de maior regulação surgiu após a constatação de alta fre quência de problemas cutâneos ou inflamações em áreas próximas às tatuadas. Com isso, a Agência Reguladora Norte-Americana (FDA) começou estudos para identificar produtos de maior risco. No Brasil, em maio de 2014, a Anvisa determinou a suspensão de 14 marcas de tintas de tatuagens por não atendimento às normas. Diante disso, suspendeu a importação, fabricação, venda, divulgação e uso dos produtos, exigindo registro de acordo com portaria específica.

Por isso, ficam as dicas: técnicas antissépticas devem ser utilizadas a fim de evitar infecções; a FDA não aprova nenhum pigmento de tatuagem para injeção na pele, até porque muitas dessas tintas de tatuagem são colorações de classe industrial; henna é aprovada pela FDA apenas como tintura para cabelo, e não para tatuagens; no caso da remoção de tatuagens, o método mais utilizado é o tratamento a laser, que também exige o uso de equipamentos aprovados; a maior parte dos produtos de remoção de tatuagem comercializados online e de autoaplicação apresentam componentes ácidos, que não são aprovados; e em caso de necessidade de ressonância magnética nuclear, informe a presença de tatuagem ao radiologista ou técnico para que sejam tomadas todas as precauções.