Em 17 de dezembro de 2012 Blumenau foi acordada pela movimentação de homens fardados que buscavam provas de irregularidades. As suposições eram investigadas desde 2006 e a manhã daquela segunda-feira foi a escolhida para que elas viessem à tona: estava deflagrada a Operação Tapete Negro, que apura possíveis crimes contra a administração pública, fraudes em licitação, desvio de verbas públicas e associação criminosa.

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Um ano depois da devassa feita na prefeitura, empresas e residências de diversos investigados em busca de provas dos crimes apontados, duas ações são primeiros resultados das investigações que tiveram como fundamento as interceptações telefônicas feitas pelo Grupo de Atuação Especial e Combate às Organizações Criminosas (Gaeco): a apresentação de sete denúncias pelo Ministério Público (MP) em outubro e a condenação de três vereadores e dois suplentes no processo eleitoral aberto em paralelo à operação.

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Os nomes dos denunciados e os crimes apontados pelo Ministério Público não foram divulgados porque a ação tramita em segredo de justiça na 2ª Vara Criminal. O sigilo só pode ser quebrado pela juíza titular da vara, Ana Karina Arruda Anzanello, e não há previsão para que as informações se tornem públicas. Atualmente o processo está em fase de intimação dos denunciados para que eles apresentem defesa prévia, direito garantido para agentes públicos acusados de crimes. De acordo com informações do cartório da 2ª Vara Criminal, a juíza só deve decidir se aceita ou rejeita as denúncias da Operação Tapete Negro ano que vem devido aos prazos do processo.

Enquanto isto o promotor da Moralidade Pública Gustavo Mereles Ruiz Diaz segue apurando fatos relacionados à operação. Ele não quis dar detalhes do processo, mas disse que novas denúncias podem surgir no decorrer das investigações e explicou que em cada denúncia pode haver mais de uma pessoa ou crime apontado.

O ex-prefeito João Paulo Kleinübing, que comandava o Executivo na época das supostas irregularidades e no momento da operação, também evitou falar sobre o caso.

– A discussão é no Judiciário. Não recebi nada até agora e só vou me manifestar após receber as denúncias – respondeu.

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