Enquanto os servidores da saúde decidiam, nesta sexta-feira, se aceitavam a proposta de reajuste de 50% dos salários em três parcelas, o secretário de Estado da Saúde Dalmo de Oliveira, afirmou que foi um grande esforço do governo e que os recursos para o aumento serão buscados no orçamento. Dalmo também afirmou que o governo e o Sindisaúde decidiram aplicar indicadores para marcar a produtividade e a qualidade da oferta da prestação de serviços nos hospitais. Os servidores decidiram encerrar a greve e retornam neste sábado ao trabalho.
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Diário Catarinense – De onde o governo vai tirar dinheiro para o pagamento da gratificação que significa R$ 10 milhões por mês na folha, que hoje é de R$ 60 milhões?
Dalmo – Vai sair dos cofres do Tesouro do Estado. Hoje não teríamos de onde tirar, por isso o parcelamento e a partir de abril, e não imediato como queriam os servidores. Fomos buscar recurso do orçamento.
DC – Se essa proposta não fosse aceita, o governo teria outra alternativa?
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Dalmo – Teríamos que contratar, mas isso seria um problema. A base da greve eram os técnicos de enfermagem e não existe mão de obra disponível. Chamar temporários para atuar na saúde é um problema, nem sempre são bem aceitos nas unidades onde as chefias fazem resistência.
DC – Pelos cálculos de governo de quanto foi a adesão?
Dalmo – Acreditamos que um pouco mais de mil servidores paralisaram. Isso equivale a 7% do quadro. Os médicos, por exemplo, continuavam trabalhando. Mas a adesão dos técnicos de enfermagem, que representaram 50% dos que aderiram, inviabilizavam as atividades.
DC- O senhor diz que o governo atendeu com plenitude as reivindicações. Haverá alguma cobrança?
Dalmo – Sim. Nós estamos definindo indicadores de qualidade e produtividade nas unidades hospitalares. Vamos focar a redução de internações, por exemplo. Isso passa por outras questões, do tempo de licitação, por exemplo. A discussão está sendo feita em conjunto com o Sindisaúde.
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DC – A imagem do governador Raimundo Colombo foi bastante atingida, inclusive com pichações pelas ruas da cidade.
Dalmo – Isso foi bastante constrangedor. Não concordamos com isso, que é um tipo de violência, que começou em Lages e chegou a Florianópolis.