Não há como falar em empreendedorismo sem mencionar a palavra risco. Empreender é identificar uma demanda que existe na sociedade e transformá-la em um negócio. Como o processo geralmente é inovador, a chance de não dar certo na primeira tentativa é maior do que quando se aposta em algo consolidado.

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>>>Entrevista com gerente de comunicação e mercado de Sebrae-SC, Spyrus Diamantaras

Consultores do ramo ressaltam, entretanto, que alguns erros comuns aos empreendedores, especialmente em fase de abertura da empresa, contribuem para uma maximização dos riscos. Saiba quais as atitudes que devem ser praticadas por quem deseja investir em uma ideia inovadora.

1 – Você não sabe tudo sobre o mercado

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Spyros Diamantaras, gerente de mercado e comunicação do Sebrae-SC, afirma que há uma tendência do empreendedor em achar que não precisa de ajuda e que não enfrentará dificuldades durante a gestão do seu negócio.

A atitude o prejudica antes da abertura de uma empresa, pois é ouvindo os clientes para validar as ideias que o empreendedor aumenta a chance da empresa ter sucesso. Marcos Mueller, coordenador da Endeavor de Santa Catarina, organização mundial de fomento ao empreendedorismo, completa:

– Um bom empreendedor enxerga antes a oportunidade e, com base nela, cria o seu produto, não o contrário.

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2 – O que atrai o investidor nem sempre é a ideia

Guilherme Masseroni, diretor regional sul da Associação Brasileira de Startups (ABS), conta que os empreendedores estão mais focados em ter uma ideia brilhante do que em buscar uma equipe multidisciplinar ou composta por um “fechador de negócios”, profissional responsável por apresentar o produto aos possíveis investidores.

– Não investimos no cavalo, mas no jóquei – ressalta o diretor regional da ABS.

A ideia é a mesma para outras áreas. Marcos Mueller diz que é muito comum no país os sócios pensarem de forma parecida e terem a mesma qualificação. Porém, mais interessante do que a afinidade entre os empreendedores, é a diversidade de conhecimentos.

3 – Corra atrás de parceiros para viabilizar o negócio

Para quem pretende abrir um negócio ligado à tecnologia, é importante agregar parceiros à ideia – a exemplo daqueles que farão a divulgação do produto. Geralmente, o parceiro cobra do empreendedor um valor abaixo do mercado ou há uma troca de serviços entre a empresa e o profissional. O objetivo é que o negócio acelere mais rápido, ao mesmo tempo em que se invista menos nele. Guilherme Masseroni ressalta que os empreendedores investem pouco nessa relação profissional.

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– A impressão que fica é que eles querem fazer tudo sozinhos por achar que a ideia, por si só, vai alavancar a empresa.

4 – Dedique-se ao controle financeiro e estratégico

Spyros Diamantaras conta que o empreendedor precisa desenvolver um plano de negócios para a empresa, independente do seu porte. É o documento que vai antecipar: quais serão os fornecedores, quanto vai ter de render para se tornar viável, quais são os concorrentes e como se antecipar a eles.

Marcos Muller acrescenta que o fluxo de caixa é outro problema para muitos empreendedores porque falta aos sócios conhecimento na área financeira. Preocupados em atrair clientes e gerar o faturamento da empresa, eles aplicam capital de giro sem levar em conta que o retorno, na maioria das vezes, é demorado.

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Prestes a abrir a terceira empresa

Eugênio Neto, de 38 anos, hoje dá palestras para o Sebrae-SC e é frequentador assíduo dos eventos de grande porte no Sul do país – para os quais presta serviços de filmagem e locação de painéis de LED. Em 2006, sete anos depois de formalizar a Neto Eventos, o empreendedor ganhou o prêmio estadual e nacional do Talento Empreendedor Sebrae.

Até tornar a sua empresa a prestadora oficial de serviços para eventos como Desafio das Estrelas e o show da Beyoncé, Neto confessa que errou muito.

– Comecei a trabalhar na área com 17 anos e não tinha nenhum conhecimento do mercado. O grande erro é não ter know-how do que se está fazendo, nem ter experiência para administrar os negócios. Além disso, não saber onde se quer chegar com a empresa. Eu não havia feito um planejamento estratégico da minha – confessa.

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Para potencializar a Neto Eventos, responsável por empregar 35 funcionários e atrair 500 clientes de todo o Brasil, o empreendedor precisou se profissionalizar. Há oito anos, formou-se em Administração e, antes disso, quando formalizou a empresa, participou do Empretec, seminário do Sebrae destinado aos novos empreendedores.

Prestes a abrir o terceiro negócio, também na área de eventos, as preocupações agora são outras, bem diferentes.

– Quero desvincular o meu nome da Neto Eventos. É difícil crescer quando todo mundo só quer falar com o dono.

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