Com a rejeição do pedido de impeachment contra Carlos Moisés da Silva (PSL) no caso dos respiradores, por 6 votos a 4 na tarde na sexta-feira (7) , o governador voltará ao cargo e deverá fazer mudanças importantes no governo do Estado. Moisés já garantiu a volta dos secretários que haviam sido exonerados pela vice Daniela Reinehr durante o afastamento temporário. Além disso, a expectativa é que ele continue com o projeto de auxílio emergencial em SC.
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Com o arquivamento do segundo pedido de impedimento, depois de atritos e aproximações com a Alesc, Moisés deve retornar ao governo enfraquecido, depois da crise política que enfrentou. Por duas vezes em um ano, e ao mesmo tempo em que o coronavírus era disseminado rapidamente pelo Estado, Moisés foi acusado de crime de responsabilidade.
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A primeira denúncia contra o governador, julgada em novembro do ano passado, reclamava da equiparação salarial entre procuradores do Estado – advogados que defendem e representam o governo estadual em ações – ao dos procuradores da Alesc. A segunda, arquivada na sexta-feira, estava relacionada à polêmica compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões com pagamento antecipado.
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Relações políticas
Em 2020, a frágil relação com deputados fez com que Moisés estivesse perto de sofrer o impeachment no julgamento pela equiparação salarial, situação revertida durante o período de afastamento temporário. Nos bastidores, Moisés conseguiu estreitar as relações com mais deputados.
No entanto, carregando o peso de seis votos contrários ao seu governo no julgamento pelo caso dos respiradores, Moisés terá um grande desafio pela frente para retomar a força e construir um suporte político caso tente uma futura reeleição.
Além da relação com a Alesc, há expectativa também sobre como será o relacionamento de Moisés com a vice-governadora Daniela Reinehr. Ao retornar do primeiro processo de impeachment, o governador tentou criar uma relação mais cordial com Daniela.
No entanto, tendo em vista a campanha da vice para conseguir o afastamento definitivo, a relação entre os dois agora deve ser mais complicada.
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Mudanças nas secretarias
Durante o governo interino, de aproximadaente 40 dias, Daniela Reinehr fez trocas nas lideranças de ao menos 14 secretarias. Com o retorno, Moisés agarantiu ainda na sexta-feira (7) que todos os secretários que estavam no seu governo voltarão para os cargos.
O anúncio de volta dos secretários envolve o retorno de nomes como o ex-secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro. Ele vai substituir a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania), que foi indicada pela governadora interina Daniela Reinehr. As modificações na pasta refletem diretamente no enfrentamento do governo do Estado à pandemia, por isso, a expectativa é grande para saber como a gestão conduzirá a crise de saúde.
O colunista do NSC Total, Ânderson Silva, já havia sinalizado algumas das principais trocas que devem ocorrer nas secretarias. Na Casa Civil, Eron Giordani retornará ao cargo. Paulo Eli voltará à secretaria da Fazenda e Jorge Eduardo Tasca será o secretário de Administração. Já quem assume o Desenvolvimento Econômico é Luciano Buligon.
Auxílio emergencial
Além disso, o governador deve ter na mira a administração e auxílio ao setor econômico, também atingido pela pandemia. Antes de ser afastado do governo, Moisés já havia pedido à secretaria da Fazenda um estudo sobre o auxílio emergencial em SC, e Daniela anunciou o pagamento.
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Os valores variam de R$ 200 a R$ 300 por mês, de duas a três parcelas, conforme os grupos beneficiados. A expectativa é que o governador dê continuidade ao projeto do auxílio.