Às 19h de hoje, quando os portões da Vila Germânica se abrirem, iniciará não somente a edição 2017 do Festival Brasileiro da Cerveja, como também o último dia sem que Blumenau seja oficialmente a Capital Nacional da Cerveja. É amanhã – justamente em meio ao evento que conta com a presença de mais de uma centena de expositores e espera receber mais de 40 mil pessoas -, que o presidente Michel Temer sancionará o projeto de lei que intitula a cidade e pretende servir como instrumento para alavancar o setor e o turismo na região.
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A sanção do projeto de lei do deputado federal Décio Lima (PT) não traz benefícios fiscais ou facilita a captação de recursos para eventos, por exemplo, mas consolida Blumenau em algo que já vem sendo martelado há mais de uma década. O surgimento de cervejarias artesanais, o próprio festival e até mesmo a Oktoberfest, que embora seja uma festa popular, tem como principal atrativo a cerveja, foram alguns dos motivos para a consolidação da cidade como capital nacional.
Economicamente, a proposta ajuda a complementar o que Carlo Bressiani, diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte, chama de “cadeia cervejeira”. Um contexto que engloba cervejarias, maltarias, metalúrgicas que desenvolvem os equipamentos de produção e o próprio turismo no meio desse contexto todo. Bressiani aposta no fator credibilidade como um chamariz para impulsionar ainda mais a questão nacional e internacionalmente.
– Uma coisa é você dizer que tem uma cervejaria em Recife, por exemplo, e outra é dizer que ela fica na Capital Nacional da Cerveja. Isso nos dá corpo, transmite credibilidade. É como no Vale dos Vinhedos, em que você tem toda uma mobilização pela questão do turismo – argumenta.
Para o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Blumenau (Sihorbs), Emil Chartouni, o exemplo gaúcho é o mais palpável e que precisa servir como inspiração ao Vale da Cerveja. A aposta é que, motivado pela Capital Nacional da Cerveja, em curto prazo a região ofereça um cenário consolidado, em que as pessoas possam fazer rotas específicas, conheçam detalhes da produção e, claro, degustem rótulos. E para forçar isso, a ideia é incrementar agências de turismo com pacotes para o Vale. Um trabalho de formiguinha e que envolve áreas diferentes.
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– As pessoas vêm para cá em busca de coisas alternativas ao que têm na sua cidade. São pessoas dispostas a gastar e que procuram por exclusividade. Para que o projeto dê certo, é preciso ter as artesanais como parceiras – analisa Emil.
Nova postura no mercado
Dono de uma empresa blumenauense que vende insumos para a produção de cervejas – malte, lúpulo, fermento e outros -, Reginaldo Filippus crê que o título dado à cidade volta a trazer a cultura cervejeira à tona. E isso não leva benefícios apenas a empresas, ao setor turístico, mas também àqueles que fazem a própria cerveja em casa, segundo ele. Filippus conta que o número de cervejeiros caseiros passou de 15 para 250 em 10 anos e a tendência agora, com esse novo empurrão, é de que aumente ainda mais:
– Esse tipo de ação gera nas pessoas a intenção de fazer cerveja e esse interesse vem aliado à possibilidade real de produzir algo do seu gosto.
O Festival começa hoje
Com mais de 800 rótulos à disposição do visitante, o Festival Brasileiro da Cerveja começa hoje e se estende até sábado nos setores 1 e 2 do Parque Vila Germânica. Os ingressos custam R$ 12 para os dias 8 e 9, R$ 30 para sexta-feira e R$ 36 no sábado. Nos dias de semana os portões ficam abertos das 19h à 1h e no sábado, das 15h à 1h. Na edição de hoje, o Santa traz encartado o Guia Oficial do Festival, com informações detalhadas sobre o evento, dicas para curtir a festa e as opções na gastronomia
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