Fernando Krelling (PMDB) começa seu primeiro mandato na Câmara de Vereadores de Joinville com um recorde: foi o candidato mais votado não só nestas eleições, mas na história de Joinville. Em outubro do ano passado, o joinvilense criado no distrito de Pirabeiraba recebeu 10.523 votos, quase 9 mil a mais do que havia recebido na primeira tentativa, nas eleições de 2012. É o mais jovem vereador nesta legislatura, com 34 anos, mas chega também como presidente da Câmara – recebeu 18 votos favoráveis e apenas um contra. Na bagagem, tem a experiência de quase quatro anos à frente da Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville (Felej). A área representa a principal bandeira de Krelling, não só porque foi ali que ganhou conhecimento para dar início à carreira política, mas porque faz parte de sua formação. Na juventude, jogou futebol de campo e futsal, antes de estudar educação física e fazer pós-graduação em treinamento desportivo. Ele acredita que pode aliar as atividades esportivas às suas outras bandeiras, da saúde e da segurança pública, e já começa a trabalhar em projetos que podem auxiliar estes setores.

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Como avalia a renovação da Câmara de Vereadores de Joinville, com 11 dos 19 eleitos vivendo a primeira legislatura, e o primeiro mês?

Acredito que o País esteja em um momento de transformação grande, com as mudanças na economia e, principalmente, na política. Principalmente na esfera federal, a política ficou muito desacreditada nos últimos anos e a população tem apostado na renovação, isso ocorreu não só nesta mas também nas últimas eleições. O que é muito importante, desde que não seja apenas no discurso dos candidatos eleitos. Neste primeiro mês, a ideia principal foi o corte dos carros alugados. Acho que os políticos estão entendendo que é outro cenário e eles também precisam se adaptar ao novo momento. Isso significa que haverá decisões polêmicas, como as que ocorreram no início da semana passada, como as reações sobre a votação da Cosip, mas há ações que os vereadores tem que fazer e nem sempre serão populares. Elas são feitas pensando no município daqui a cinco, dez anos. Porque, se não pensarmos no futuro agora, daqui a pouco fará falta, como vemos em outras cidades que estão sofrendo as consequências de más gestões no passado. Há aquele ditado que o remédio é amargo mas a doença é grave: este remédio é amargo, mas a doença é a crise financeira.

A experiência na Felej colabora para assumir o cargo de vereador e como presidente da Câmara?

Sim, ela tem me ajudado muito a tomar as decisões administrativas, a lidar com contratos e finanças. Aprendi muito na Felej e posso usar essa experiência na presidência da Câmara. Além disso, já conhecer o sistema do Legislativo auxilia a saber os caminhos corretos e não perder tempo tomando atitudes erradas e tendo que aprender do início. Também no contato com a comunidade, por exemplo, minha equipe optou por fazer visitas de duas a três vezes por semana, conhecendo caso a caso os problemas que as pessoas trazem. É importante também para explicar às pessoas a função do vereador porque, em tempos de eleições, os candidatos prometem muitas coisas que não podem cumprir. A comunidade precisa entender que a função do vereador é legislar e fiscalizar, além de ser elo entre a comunidade e a prefeitura.

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Quais serão as principais bandeiras da sua gestão?

Prevenção, com saúde e segurança. O esporte é a principal bandeira, claro, porque ele que me proporcionou tudo isso, de ser o vereador mais votado. Para mim, esporte é a ferramenta de transformação na vida das pessoas. Nunca vi uma criança nascer bandido, ela vai começar lá pelos 12, 13 anos. Um preso custa R$ 3.500 aos cofres públicos, enquanto, com R$ 250, R$ 300 por mês, eu consigo incluir uma criança em um programa de esportes. Acredito que as atividades de contra turno são fundamentais: a criança vai para a escola de manhã e, à tarde, participa de atividades, seja de esporte ou de cultura.

Quais serão suas primeiras ações e projetos apresentados?

Tenho três projetos sendo estudados. O primeiro é a lei de incentivo ao esporte. Ela seria uma espécie de Simdec ( que conta com mecanismos de apoio à cultura). Joinville exporta muitos atletas para competições em outros Estados e países, mas não dá apoio a eles. O atleta poderá apresentar um projeto para receber recursos que serão utilizados para pagar, por exemplo, hospedagem e alimentação quando estiverem competindo. Os outros dois projetos estão em estudo para verificar a legalidade e a forma de execução. Um deles é o Toque do Acolher, para proibir que crianças estejam desacompanhadas nas ruas depois de um certo horário, ainda não definido. E há um projeto sobre as milhas, também sendo estudado. Hoje, todo servidor – seja vereador, secretário ou funcionário público – quando precisa viajar a trabalho, tem os custos pagos pelo município. Mas as milhas são pessoais e ficam para o funcionário. A ideia é que seja criado um banco de milhas para que elas fiquem no poder público e sejam utilizadas para a viagem de quem precisa: um atleta ou um artista, ou um paciente que precisa ir a outro Estado fazer um exame ou uma cirurgia.

PERFIL

Nome: Fernando Krelling

Idade: 34 anos

Local de nascimento: Joinville

Profissão: Professor de Educação Física

Grau de Instrução: Superior Completo

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* O colunista Jefferson Saavedra está de férias e volta a escrever neste espaço no dia 9 de fevereiro. Sugestões de notas e reportagens no período de ausência do colunista podem ser enviadas para a jornalista Cláudia Morriesen pelo e-mail claudia.morriesen@an.com.br ou pelo telefone (47) 3419-2141.