Aprovado o plano de recuperação judicial, o JEC agora firma um compromisso financeiro e jurídico por até 10 anos enquanto tenta voltar à elite do futebol brasileiro. Em coletiva nesta quarta-feira (8), o presidente Darthanhan Oliveira deu os detalhes e contou os planos do clube para o futuro.

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Além do presidente, estiveram presentes o CEO Geraldo Campestrini e o diretor jurídico Thiago Beltrame. Eles explicaram que agora o plano de recuperação judicial segue para a homologação, ou seja, a aprovação do juiz.

AN 100 anos

— Judicialmente é isso, a aprovação feita pelos credores e o encaminhamento para a homologação do juiz, mas não temos prazo definido para isso. A partir de então, é que teremos o início das obrigações a serem cumpridas — disse Beltrame.

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Apesar da aprovação, a proposta de recuperação judicial apresentada em coletiva na última quinta-feira (2) teve pequenas alterações. Agora, as parcelas mensais da dívida de R$ 21,1 milhões começam a partir de R$ 40 mil, mas continuam no tempo de até 10 anos, em parcelas divididas nos 120 meses, aumentando pelo menos 20% ao ano de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Darthanhan e Campestrini explicaram o por que da mudança:

— Passamos a semana inteira, sexta-feira (3), sábado (4) e domingo (5), em conversa com os credores, para que tivéssemos mais tranquilidade, para que este plano fosse aprovado e não fôssemos pegos de surpresa no dia da assembleia — disse o presidente.

— O valor inicial ficou um pouco acima daquilo que apresentamos na quinta-feira (2), mas dentro da nossa margem. Cedemos um pouco na negociação (..) — disse o CEO.

Para ajudar a quitar a dívida, o clube ainda entende que teria uma aceleração dos pagamentos, repassando 30% de tudo que receber, seja direito de transmissão, premiações em competições, vendas de atletas, etc. Isso, por exemplo, ajudaria o Joinville a antecipar também parcelas de 2033, ou anos anteriores, começando de trás para frente.

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Além disso, também está prevista aceleração em caso de venda de SAF. A partir de agora, uma venda de SAF tem que ser uma oferta pública.

A votação

A discussão começou na segunda-feira (6), mas foi suspensa após credores de direito de imagem terem o voto afastado pelo fato de o JEC pagar os débitos sem alteração, ou seja, sem carência.

Somente nesta terça-feira (7) foram contados os votos – 72 a favor e 68 contra – e aceita a recuperação. As dívidas são divididas em três grupos: trabalhista, com aprovação de 51%, quirografário, com 83%, e microempresas e empresas de pequeno porte, chegando a 87%. 

Na coletiva, Darthanhan contou que ficou surpreso com a trajetória da assembleia.

— Para nossa surpresa, o plano foi muito debatido e discutido na assembleia, não tendo a aprovação por parte dos credores do jeito que nós imaginávamos — disse.

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Sem divisão em 2023

Neste ano, o Tricolor não tem, além do Campeonato Catarinense 2023, competições para disputar. Para 2024, o JEC pode, através do estadual, garantir vaga na Série D do Brasileirão, e na Copa do Brasil.

Para o segundo semestre de 2023, porém, o Joinville tem a disputa da Copa Santa Catarina. O presidente detalhou como será a montagem do elenco.

— Neste segundo semestre, os custos baixam, mas continuam. Temos custos com a base, e montar elenco para a Copa Santa Catarina, que vai ser muito formado pelos jogadores da base — disse.

Vale lembrar que, para ajudar a lucrar e a pagar as dívidas, o JEC precisa jogar mais competições e cada vez mais de alto nível, sendo divisões do Brasileiro ou Copa do Brasil. Sendo assim, o clube entende que teria mais cotas e premiações através destas competições.

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Toda ajuda é bem-vinda

Darthanhan Oliveira declarou na coletiva desta quarta (8) ainda que o Joinville pode precisar de ajudas para também conseguir pagar as parcelas da recuperação judicial.

— A ideia é que todo o valor que exceda a nossa operação para a RJ [recuperação judicial] venha com a ajuda de parceiros para pagarmos essa conta — disse.

*Sob supervisão de Raphaela Suzin

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