Ídolo de uma das maiores torcidas de Santa Catarina, Marquinhos completa hoje 34 anos com conquistas que poucos atletas conseguiram. Ele está próximo de ser o maior artilheiro da Ressacada, precisa de quatro gols para ultrapassar Décio Antônio e colocar mais essa marca em seu currículo. Mas tem algo que nenhum número pode superar: a paixão pelo Avaí.

Continua depois da publicidade

Avaí faz promoção de ingressos para partida contra o Vasco

Veja outras notícias do Avaí

Confira a tabela da Série A

Continua depois da publicidade

Com problemas no joelho direito, Marquinhos tinha motivos de sobra para não jogar mais em 2015, porém, ele se mantém em campo para ajudar o clube a escapar do rebaixamento. Geralmente seus jogos são em casa e vem seguidos de muita dor e um tratamento longo para o joelho continuar funcionando.

– Eu sempre tive essa liderança, ela vem de família, meus pais sempre foram assim. Você tem que ter o prazer de fazer o que escolheu. Eu treinei a vida inteira para ser jogador de futebol, não posso ter medo da minha profissão. E essas coisas fazem parte. Jogo porque é o Avaí, clube que me abriu a porta e sempre esteve comigo – explica M10.

Completar 34 anos também significa que o final da carreira de atleta está perto. Ele faz planos para o futuro – sempre dentro do Avaí -, mas ainda quer continuar em campo, pelo menos até dezembro de 2017.

Continua depois da publicidade

– Pelo o que o presidente (Nilton Macedo Machado) me falou estou tranquilo sobre a renovação do contrato, mas só vou ficar mesmo quando estiver assinado – afirma.

Qual o seu balanço ao completar 34 anos?

De uma carreira bem tranquila e vitoriosa. Tudo que programei na minha estou conseguindo fazer. Desde os primeiros passos quando comecei a jogar lá no meu colégio, o Tânia Mara. Estive em muitos lugares e tive experiências boas. Muitas conquistas dentro de campo e fora dele formando uma família maravilhosa, com meus filhos e uma esposa fantástica que é minha companheira desde o colégio.

O que pensa para o futuro?

Quero continuar dentro do Avaí e tenho algumas ideias para ser colocadas no clube. Eu peguei uma época na Alemanha (quando jogou pelo Bayer Leverkusen, entre 2000 e 2002), que estava reestruturando o futebol. Eles tomaram uma pancada na Eurocopa e tiveram que revolucionar o futebol. E algumas ideias são muito interessantes mesmo tendo passado 15 anos. O Avaí tem condições de botar isso em prática. E quero ficar dentro da gerência de futebol ajudando com o meu conhecimento. Vamos mudar algumas coisas para o Avaí não ficar atrasado e para o time também ter um pouco mais de visibilidade nacional.

Continua depois da publicidade

O que mais te chamou atenção nessa reestruturação?

Eu vi as chances que eles estavam dando para a base. São poucos jogadores que eles contratavam com 20 anos, até porque tinham uma categoria sub-21 nos clubes. A gente não tem que contratar jogadores de 20 anos, esses atletas têm que vir da base, ela tem que ser o coração da instituição. Temos que trabalhar para estruturar nesse o time nesse sentido. Dar mais condições para a base trabalhar, até para eles serem cobrados. Não tem como cobrar sem dar opções para esses profissionais adquirirem conhecimento. O que mais conversamos dentro no Avaí é em dar objetivos para as pessoas cumprirem. Cada setor tem que ter um. Se o cara quer ser remunerado ele vai ter que trazer resultados para o clube. Assim, todos vão sempre trabalhar para o melhor do time.

O perfil do jogador que vem da base no Brasil mudou da sua época para agora?

Mudou muito. Primeiro pelo assédio dos empresários e eles estão praticamente 24 horas com o jogador, às vezes ajudando e outras incomodando. Na minha época não tinha isso. Eu pensava primeiro em jogar e o financeiro ficava em segundo plano. Até porque eu sabia que tinha que jogar bem para poder ter no futuro bons contratos e melhorar a vida. Hoje o atleta pensa primeiro em dinheiro. Quando vai fazer o contrato ele quer saber quanto vai ganhar. Não pensa na projeção que ele vai ter jogando. Empresário fica falando tem que fazer um jogo bom para poder vender. Então o clube fica em segundo plano. Tanto financeiramente quanto coletivamente. Hoje os atletas estão sendo instruídos para jogar duas ou três partidas e fazer o jogo dele para aparecer. Por isso que a Alemanha nos deu mais um lição de como ser forte e até coletivamente. A gente tomou 7 a 1 sem uma jogada de drible, foi só com o jogo coletivo. ?

Momentos no Avaí

Melhor

“Quando machucado, joguei a final do Catarinense de 2009 contra a Chapecoense. Vencemos por 6 a 1 e participei de quase todos os gols. Foi também meu primeiro título pelo clube.”

Continua depois da publicidade

Pior

“A morte do meu ?pai? João Nilson Zunino (presidente do Avaí entre 2002 e 2013). Ele foi muito importante para a minha história e para a do clube.”